Segundo o Ministério da Justiça russo, The Insider foi acrescentado à lista de "agentes do estrangeiro" pelo facto de a organização estar registada na Letónia.
Em abril e maio, dois reputados 'media' russos -- Meduza e Vtimes -- tinham já sido declarados "agentes do estrangeiro", motivando uma queda das receitas de publicidade que no final de algumas semanas implicou o encerramento do Vtimes.
Diversos jornalistas do 'media' Proekt, declarado na passada semana "indesejável" e na prática proibido pelas autoridades, também foram acrescentados à lista de "agentes do estrangeiro" publicada na página digital do Ministério da Justiça.
O The Insider foi fundado em 2013 por Roman Dobrokhotov, um militante político de 37 anos que na sua juventude liderou designadamente o movimento de oposição "Nós".
O portal publicou diversas investigações realizadas em colaboração com o também portal de investigação Bellingcat, sobre o envenenamento do duplo espião Serguei Skripal em 2018, o assassínio em Berlim de um georgiano de origem chechena em 2019 ou o envenenamento de Alexei Navalny em 2020, tendo acusado nas três ocasiões as autoridades russas.
"A redação continuará a trabalhar com a sua atual composição e manterá a política editorial", indicou o The Insider em comunicado.
O The Insider "funcionará como funcionava" assegurou ao 'media' da oposição MBKh Roman Dobrokhotov, explicando que o portal está sediado na Letónia, não possui uma delegação na Rússia e que "todas as leis insanas não se aplicam ao The Insider".
Na Rússia, as organizações ou indivíduos "agentes do estrangeiro" devem, segundo uma lei de 2012, registar-se junto das autoridades, efetuar prolongadas disposições administrativas e indicar claramente o seu estatuto nas suas publicações.
Desde a chegada ao poder de Vladimir Putin, em 2000, que a Rússia é acusada de perseguição a qualquer forma de liberdade de expressão na televisão, mas os 'media' digitais puderem funcionar em relativa liberdade durante um longo período.
À medida que a sua audiência se foi reforçando, em particular entre as jovens gerações, começaram por sua vez a ser visados pelas autoridades desde o início de 2021, coincidindo com o regresso à Rússia do opositor Alexei Navalny, desde então na prisão.
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