"Cerca de 29.000 agentes de segurança da polícia de Islamabad, da província de Punjab e de outras regiões, Rangers e Polícia de Fronteira foram destacados", disse o porta-voz da polícia Taqi Jawad à agência espanhola EFE.
O partido Paquistan Tehreek-e-Insaf (PTI, Movimento Paquistanês pela Justiça), do primeiro-ministro deposto Khan, que está preso, convocou uma marcha nacional para Islamabad, apelidada de "última oportunidade".
O PTI exige a libertação dos opositores presos, especialmente de Khan, o líder da oposição.
A marcha, muito publicitada, foi descrita pelo partido como um momento de "vida ou morte" para a libertação de Khan.
O PTI exige também a devolução do que chama o seu mandato roubado nas eleições de 08 de fevereiro, alegando restrições e vetos que o impediram de formar um governo, apesar da vitória nas urnas.
De acordo com o PTI, comboios e manifestantes partiram de diferentes partes do país em direção a Islamabad.
As autoridades fecharam as principais artérias e estradas com contentores, numa tentativa de impedir a entrada dos manifestantes na capital federal.
Desde sábado à noite, os utilizadores da Internet relatam serviços lentos em muitas partes do país e a organização independente NetBlocks confirmou restrições à aplicação WhatsApp.
O serviço de Internet móvel foi suspenso hoje em Islamabad.
"O corte nos dados móveis e no serviço Wi-Fi será determinado apenas em áreas com preocupações de segurança", afirmou o Ministério do Interior num comunicado.
O ministério acrescentou que "os serviços no resto do país continuarão a funcionar normalmente".
A polícia declarou que as autoestradas de todo o país foram encerradas para manutenção.
O Tribunal Superior de Islamabad proibiu na quinta-feira o PTI de realizar a marcha, invocando medidas de segurança devido à visita do Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, na segunda-feira.
O ministro do Interior, Mohsin Naqvi, avisou no sábado que a polícia prenderá aqueles que violarem as ordens do tribunal.
"Qualquer pessoa que tente protestar será detida e enfrentará consequências legais", afirmou, durante uma conferência de imprensa.
A autoridade de luta contra o terrorismo alertou que militantes do Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP), que se encontra ilegalizado, entraram no Paquistão a partir do Afeganistão e infiltraram-se nas principais cidades.
De acordo com o alerta, os insurgentes poderiam atacar a marcha de protesto do PTI.
Imran Khan, destituído por uma moção de censura em abril de 2022, foi condenado em 05 de agosto do ano seguinte a três anos de prisão por corrupção.
Foi imediatamente detido e transferido para uma prisão na cidade de Attock, a cerca de 60 quilómetros de Islamabad.
A Comissão Eleitoral proibiu-o de participar em qualquer ato eleitoral durante cinco anos devido à condenação.
Pelo mesmo motivo, perdeu o lugar de deputado ao Parlamento do Paquistão.
A antiga estrela do críquete, de 72 anos, negou sempre as acusações.
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