Ataques em Moçambique. África do Sul vai liderar força da SADC
O Chefe do Estado-Maior General de Moçambique anunciou hoje que a África do Sul é que vai liderar as forças da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) destacadas para apoiar Maputo no combate ao terrorismo em Cabo Delgado.
© Lusa
Mundo Moçambique
"O país que tiver maior força vai comandar e neste caso é a África do Sul. Botswana vai coadjuvar e nós, como Moçambique, faremos parte no mecanismo de coordenação desta força, ocupando a posição de Estado-Maior", disse Joaquim Rivas Mangrasse.
Aquele responsável falava à comunicação social momentos após o encerramento do 34.º curso de Fuzileiros Navais, em Maputo.
Segundo Joaquim Rivas Mangrasse, pelo menos nove oficiais moçambicanos vão ser integrados em cada força que compõe o conjunto da SADC destacado para Cabo Delgado, mas as operações táticas no terreno são da responsabilidade de cada país.
"Na parte tática, cada país comanda a sua força, porque é a execução no terreno", frisou.
O mandato de uma "força conjunta em estado de alerta" da SADC para apoiar Moçambique no combate contra o terrorismo em Cabo Delgado foi aprovado em 23 de junho, numa cimeira extraordinária da organização em Maputo que debateu a violência armada naquela província do Norte do país.
Segundo o Ministério da Defesa, além de África do Sul e Botsuana, países como Tanzânia e Angola também já confirmaram que vão enviar as suas forças, mas Moçambique também espera por outros soldados de países-membros daquela organização regional.
Não é publicamente conhecido o número de militares que a organização vai enviar a Moçambique, mas peritos da SADC que estiveram em Cabo Delgado já tinham avançado em abril que a missão deve ser composta por cerca de três mil soldados.
Em Cabo Delgado, já se encontra um contingente de mil militares e polícias do Ruanda para a luta contra os grupos armados, no quadro de um acordo bilateral entre o Governo moçambicano e as autoridades de Kigali.
Grupos armados aterrorizam a província de Cabo Delgado desde 2017, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo Estado Islâmico.
Há mais de 2.800 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e 732.000 deslocados, de acordo com as Nações Unidas.
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