"Este ataque contra a entrada de um edifício das Nações Unidas claramente identificado foi perpetrado por elementos antigovernamentais", indicou a missão, UNAMA, em comunicado, precisando que o ataque vitimou um agente policial afegão que guardava o edifício e feriu vários outros.
A entrada das instalações foi alvo de disparos de foguetes e de armas de fogo, prosseguiu a UNAMA, acrescentando que nenhum funcionário da ONU ficou ferido.
A zona onde se situam os escritórios atacados foi hoje palco de combates entre talibãs e forças governamentais.
"Este ataque contra as Nações Unidas é lamentável, e condenamo-lo nos termos mais veementes", declarou Deborah Lyons, representante especial do secretário-geral da ONU no Afeganistão e chefe da UNAMA, citada em comunicado.
"Aqueles que cometeram este ataque devem ser identificados e prestar contas", sublinhou a responsável.
Os ataques ao pessoal civil e às instalações da ONU são proibidos pelo Direito Internacional e podem ser considerados crimes de guerra, recordou a UNAMA, prestando também homenagem aos guardas afegãos que defenderam o edifício das Nações Unidas dos agressores.
Muitos habitantes de Herat fugiram hoje da periferia da cidade, onde se intensificam os combates entre forças afegãs e os talibãs, que estão a aproximar-se dos limites da cidade de 600.000 habitantes, a terceira do país em termos de população.
Os talibãs apoderaram-se recentemente de vários distritos da província de Herat, bem como de dois postos fronteiriços aí situados: o de Islam Qala, o principal ponto de passagem com o Irão, e o de Torghundi, com o Turquemenistão.
Segundo um correspondente da agência noticiosa francesa AFP no terreno, as forças afegãs e as milícias de Ismail Khan, um poderoso senhor da guerra local que é contra os talibãs, estão estacionadas em torno de Herat.
Os talibãs lançaram no início de maio uma ofensiva de grande envergadura contra as forças afegãs, graças à retirada definitiva -- agora, quase concluída -- dos 10.000 soldados da NATO, dos quais 2.500 norte-americanos, do Afeganistão.
Em três meses, os talibãs tomaram vastas zonas essencialmente rurais do país, perante forças governamentais que até agora ofereceram pouca resistência e já só controlam as capitais provinciais e a maioria das principais estradas.
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