O Reino Unido deixa de exigir, a partir de hoje, um período de quarentena a quem chegue ao país, vindo dos Estados Unidos ou da União Europeia, desde que comprove que já tem a vacinação contra a Covid-19 completa.
A decisão foi anunciada na semana passada pelo ministro dos Transportes britânicos, Grant Sharps, mas só hoje entra em vigor e aplica-se às entradas em Inglaterra, Escócia e País de Gales.
A mudança significará que qualquer cidadão de um país totalmente vacinado da UE ou dos EUA poderá entrar nestes territórios sem se isolar, seja para turismo, negócios, visita à família ou participação em atividades desportivas.
Até agora, apenas os cidadãos que tinham recebido as duas doses da vacina no Reino Unido estavam isentos de cumprir a quarentena de 10 dias ao regressar a Inglaterra, com exceção de um país considerado de risco máximo.
A quarentena ainda terá de ser feita ao chegar de um país na lista "amarelo +", como França, ou no "vermelho" (neste caso num hotel designado), como Índia, Emiratos Árabes Unidos e toda a América do Sul.
Para os países classificados pelo Governo britânico como "verde" não é imposta qualquer quarentena, independentemente do estatuto de vacinação.
Apesar da alteração em relação à quarentena, os viajantes terão ainda de fazer um teste antes da partida e um teste no segundo dia após a chegada.
Esta medida era reclamada pelo setor do turismo e por estrangeiros residentes no Reino Unido que ficaram separados dos familiares, em alguns casos durante mais de um ano, devido às restrições impostas pela pandemia.
A mudança é "um desenvolvimento bem-vindo, algo que temos vindo a exigir há muito tempo", disse o chefe executivo da associação de companhias áreas UK Airlines, Tim Alderslade, à Times Radio.
Tim Alderslade, citado pela agência France-Presse (AFP), acrescentou que a medida originou "um aumento de cerca de 300% nas reservas para os EUA".
A medida também foi saudada por muitas pessoas que estavam hoje de madrugada no aeroporto de Heathrow, em Londres, como Sue Blake, 72 anos, e Michael Blake, 71, que aguardavam a chegada de Nova Iorque do neto de 8 anos, segundo a AFP.
Desde o início da pandemia, o Reino Unido registou mais de 129.000 mortos, sendo um dos países europeus com mais vítimas mortais, em mais de 5,8 milhões de casos de infeção com o vírus SARS-CoV-2, que provoca a doença.
O país está atualmente a sofrer uma onda epidémica atribuída à variante delta, apesar de um declínio notório de novos casos de infeção na última semana.
De acordo com os dados mais recentes sobre a pandemia no Reino Unido, nos últimos sete dias houve 187.548 pessoas com teste positivo à covid-19, uma diminuição de 30% no número de casos, comparando com os sete dias anteriores.
Esta melhoria, bem como o progresso da vacinação (72% dos adultos totalmente vacinados no Reino Unido), está a levar a pedidos crescentes para que o Governo de Boris Johnson flexibilize as restrições fronteiriças, que deverão ser atualizadas dentro de uma semana.
A nível mundial, a pandemia de covid-19 provocou mais de 4,2 milhões de mortos em mais de 198,2 milhões de casos de infeção, segundo um balanço divulgado hoje pela AFP.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil e Peru.
[Notícia atualizada às 14h56]
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