Reino Unido apela a cidadãos para abandonarem o Afeganistão
O Reino Unido apelou a todos os seus nacionais para deixarem imediatamente o Afeganistão devido ao "agravamento da situação de segurança" à medida que os combates com os Talibãs se intensificam no país.
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Mundo Afeganistão
"Todos os cidadãos britânicos no Afeganistão são aconselhados a partir agora via comercial (transporte)", disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico no seu website na sexta-feira, alertando para o agravamento da situação de segurança.
A recomendação surge quando os Talibãs lançaram uma grande ofensiva para coincidir com a partida das tropas estrangeiras lideradas pelos EUA do Afeganistão após duas décadas.
"É muito provável que os terroristas tentem levar a cabo ataques no Afeganistão. Os métodos específicos de ataque estão a evoluir e a sua sofisticação está a aumentar", observou o Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico.
Os rebeldes talibãs continuam a avançar rapidamente no país, à medida que as tropas internacionais retiram: já tomaram vastas parcelas de território rural e estão agora a tomar como alvo cidades estratégicas.
Outras capitais provinciais sitiadas incluem Herat, no oeste do Afeganistão, e a cidade meridional de Lashkar Gah, na província de Helmand.
Zaranj é um importante centro de comércio próximo da fronteira com o Irão. Após capturar os distritos circundantes, os talibãs levaram a cabo um plano sustentado para tomar a cidade.
"Isto é o princípio, e veremos como outras províncias cairão nas nossas mãos muito em breve", declarou um comandante talibã.
Alguns relatos indicam que foi alcançado um acordo com os talibãs que permitiu aos oficiais afegãos fugir para o Irão com as suas famílias.
Fotografias publicadas nas redes sociais mostram civis a pilhar objetos de edifícios governamentais.
A última vez que os talibãs conquistaram uma capital provincial foi em 2016, quando detiveram, por um breve período, a cidade setentrional de Kunduz.
Os talibãs têm avançado sobre o Afeganistão nos últimos meses, lançando em maio uma ofensiva de grande envergadura que coincidiu com a retirada das forças norte-americanas, após 20 anos de operações militares.
Até agora, controlavam sobretudo vastas áreas de território rural, onde encontraram pouca resistência das forças governamentais que mantinham, no entanto, o controlo das capitais provinciais e das principais estradas do país.
A tomada de Zaranj pode significar que os talibãs se preparam para tomar o que falta e assumir o controlo do país.
A enviada especial da ONU para o Afeganistão, Deborah Lyons, disse hoje que a guerra no Afeganistão entrou numa "nova, mais mortífera e mais destrutiva fase", com mais de 1.000 civis mortos no último mês.
Lyons advertiu que o país se dirige para uma "catástrofe" e apelou ao Conselho de Segurança para emitir uma "declaração sem ambiguidade de que os ataques a cidades têm que parar agora".
Na sexta-feira, o diretor do centro de comunicação e informação do Afeganistão foi assassinado por rebeldes talibãs na capital, Cabul. Os talibãs disseram que Dawa Khan Menapal tinha sido "castigado pelos seus atos.
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