Um relatório divulgado esta segunda-feira pelas Nações Unidas foi descrito por António Guterres como um “alerta vermelho para a humanidade”, de acordo com a CNN.
O estudo elaborado por uma equipa internacional de cientistas do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC na sigla em inglês) indica que o planeta Terra está a aquecer mais depressa do que o previsto e que a janela de oportunidade para cortar a dependência dos combustíveis fósseis e evitar catástrofes está a fechar-se.
O IPCC refere que o mundo aqueceu mais 1.1ºC do que no nível pré-industrial, e prossegue agora para os 1.5ºC, um limiar crítico que os líderes mundiais concordaram que não deveria ser atingido no Acordo de Paris, de forma a evitar o agravamento dos impactos das alterações climáticas no planeta.
Neste relatório constam cinco cenários diferentes para o futuro, que variam conforme o valor do corte às emissões de carbono. Em todos esses cenários o mundo vai passar a marca dos 1.5ºC nas próximas duas décadas, mais cedo do que o previsto.
Se se mantiver o ritmo atual de emissões de gases com efeito estufa, a temperatura global vai aumentar 2º C até 2060, e 2.7º C até 2100.
Ao contrário de anteriores estudos, esta relatório da ONU conclui que é "inequívoco" que os seres humanos provocaram a atual crise climática e confirma que as "alterações rápidas e generalizadas" já estão a ocorrer, algumas de forma irreversível.
"Temos zero anos para evitar as alterações climáticas perigosas, porque estão aqui", sublinhou à CNN Michael E. Mann, um dos principais autores de um relatório do IPCC de 2001.
Num comunicado, o secretário-geral da ONU, António Guterres, considerou o relatório um "alerta vermelho para a humanidade" e salientou que o limite dos 1.5º C está "perigosamente próximo".
"A única forma de evitar exceder este limite é reforçando urgentemente os nossos esforços, e perseguir o caminho mais ambicioso", vincou Guterres.
[Notícia atualizada às 10h14]
Leia Também: Mediterrâneo terá ondas de calor, secas e incêndios ainda piores