O relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) estima que o limiar do aquecimento global (de +1,5° centígrados) em comparação com o da era pré-industrial vai ser atingido em 2030, 10 anos antes do que tinha sido projetado anteriormente, "ameaçando a humanidade com novos desastres sem precedentes".
O documento é divulgado antes da conferência sobre o clima (COP26), agendada para novembro em Glasgow, Escócia, e envolve 195 países.
De acordo com os especialistas da ONU, os "humanos são indiscutivelmente responsáveis" pelas alterações climáticas e não há outra alternativa senão a redução dos gases de efeito de estufa.
"Eu espero que o relatório do IPCC (...) venha a constituir um sinal de alarme para que o mundo tome medidas agora, antes de nos reunirmos em Glasgow, em novembro, numa cimeira que é crucial (COP26)", disse hoje o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, através de um comunicado.
De acordo com o primeiro-ministro conservador britânico, "a próxima década vai ser determinante para o futuro do planeta".
"Sabemos o que precisa ser feito para limitar o aquecimento global: relegar o carvão ao esquecimento e mudarmos para fontes de energia renováveis, proteger a natureza e financiar o clima", acrescentou Boris Johnson.
"A mensagem para cada país, governo e empresa é simples: é preciso seguir a ciência e assumirmos, cada um, parte da responsabilidade para que as metas sejam atingidas", disse, entretanto, Alok Sharma, presidente da COP26.
O Reino Unido já manifestou empenho sobre a neutralidade de carbono até 2050 e pretende reduzir as emissões de CO2 - em 78% - até 2035.
Mesmo assim, o Governo britânico tem sido criticado por associações ambientalistas que criticam os conservadores devido à manutenção de alguns projetos que envolvem energias fósseis.
Da mesma forma, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que o relatório sobre o clima hoje publicado pelos especialistas da ONU é um "alerta vermelho" que deve fazer soar os alarmes sobre as energias fósseis que "destroem o planeta".
O secretário-geral da ONU pede que nenhuma central de carvão seja construída depois 2021.
"Os países também devem acabar com novas explorações e produção de combustíveis fósseis, transferindo os recursos dos combustíveis (fósseis) para a energia renovável", acrescentou o secretário-geral da ONU, em comunicado.
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