Calor marinho e incêndios vão intensificar-se no continente asiático

As ondas de calor marinho continuarão a aumentar e as temporadas de incêndios vão alongar-se na Ásia, especialmente no norte, refere o relatório sobre o clima hoje apresentado pelo Grupo Intergovernamental de Especialistas em Mudanças Climáticas da ONU.

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Lusa
09/08/2021 12:01 ‧ 09/08/2021 por Lusa

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Clima

 

Segundo os especialistas, as chuvas fortes aumentarão em grande parte do continente asiático, até porque o aumento observado na temperatura média da superfície "já deixou claramente" a faixa de variação habitual que se registava entre 1850 e 1900.

Os extremos de calor aumentaram e os extremos de frio diminuíram, tendências que continuarão nas próximas décadas, refere o documento, acrescentando que a velocidade média do vento de superfície diminuiu e continuará a diminuir no centro e no norte da Ásia.

Os glaciares estão a ficar mais pequenos e o 'permafrost' (camada de solo permanentemente congelada) está a derreter e tanto a duração da neve sazonal, como a massa glaciar e a área 'permafrost' vão continuar a diminuir durante todo o século XXI.

As altas montanhas asiáticas terão, até meio do século, cascatas crescentes de água derretida nos glaciares e isso deverá provocar uma subida do nível do mar ao redor da Ásia mais rápida do que a média mundial, com perda da zona costeira e recuo do litoral, alerta os especialistas das Nações Unidas.

O aquecimento global deverá provocar, aliás, "mudanças simultâneas e múltiplas" em todas as regiões do mundo, de acordo com o relatório apresentado, sendo "mais generalizadas" se a temperatura planetária subir 2 graus Celsius em vez dos 1,5 graus estimados.

O relatório revela que em todas as regiões haverá novos aumentos dos impactos climáticos crescendo as zonas quentes e diminuindo as frias.

Assim, "declínios adicionais" são esperados no 'permafrost', nos glaciares e nos de gelo do Ártico, além de nos lagos e gelos marinhos.

O aquecimento esperado de 1,5 graus Celsiu levará a que as chuvas fortes e consequentes inundações "se intensifiquem e se tornem mais frequentes" na maioria das regiões da África, Ásia, América do Norte e Europa.

Além disso, espera-se que as secas agrícolas e ecológicas sejam "mais comuns e/ou severas" em algumas regiões de todos os continentes, exceto na Ásia, em comparação com o período correspondente de 1850-1900.

De acordo com o relatório, a precipitação média aumentará em todas as regiões polares, norte da Europa e norte da América do Norte, na maioria das regiões asiáticas e em duas regiões da América do Sul.

Segundo o relatório, "é praticamente certo" que haverá um aumento médio regional do nível do mar ao longo do século XXI, exceto em algumas regiões com "taxas significativas de elevação geológica da terra".

Face a um aumento relativo no nível do mar, os eventos extremos associados, que ocorriam uma vez por século no passado recente, deverão passar a registar-se, pelo menos, uma vez por ano em mais da metade dos locais em 2100.

Assim, o aumento relativo do nível do mar contribui para aumentar a frequência e a gravidade das inundações costeiras em áreas baixas e para a erosão costeira na maioria das costas arenosas.

A urbanização também aumenta as chuvas fortes sobre as cidades e, em cidades costeiras, a combinação de uma maior frequência de eventos extremos com eventos intensos de chuva tornarão as inundações cada vez mais prováveis e frequentes.

Leia Também: Relatório é o "último aviso" para que planeta não ultrapasse limites

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