Os acontecimentos ocorreram no domingo numa zona rural de Dourados, um município de Mato Grosso do Sul, um estado brasileiro ocidental que faz fronteira com o Paraguai e a Bolívia, mas só foram tornados públicos esta quarta-feira, a seguir à detenção dos acusados.
Segundo a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, que iniciou a respetiva investigação após ter encontrado na segunda-feira o corpo da menor, indígena da etnia Guarani Kaiowá, os cinco acusados, todos da mesma comunidade da vítima, confessaram o crime.
Os acusados admitiram que forçaram a menor a beber bebidas alcoólicas e que a levaram para um penhasco perto da aldeia de Bororo, onde vivia com os familiares.
O tio da criança alegou que chegou ao local do crime quando a criança já estava a ser abusada, o que a fizera perder a consciência, e que também participou na violação.
"O tio, que saiu à sua procura, encontrou-a quando ouviu os gritos e, em vez de parar a violação, decidiu participar no abuso", disse o comissário da Polícia Civil e encarregado da investigação, Erasmo Cubas.
O tio também confessou que tinha violado a sobrinha em ocasiões anteriores.
Os assassinos confessos acrescentaram que, após a violação em grupo, atiraram a rapariga do topo do penhasco, que tem cerca de 20 metros de altura, porque a rapariga começou a gritar desesperadamente após recuperar a consciência e ameaçou denunciar tudo o que tinha acontecido aos chefes da aldeia.
"Encontrámos o corpo após os líderes da aldeia nos terem alertado para o seu desaparecimento. Indicaram-nos os adolescentes que inicialmente estavam com a rapariga na aldeia e que a obrigaram a beber as bebidas alcoólicas e, através deles, conseguimos identificar todas as pessoas envolvidas", disse Cubas.
Segundo o comissário, os cinco detidos serão formalmente acusados dos crimes de duplo homicídio por femicídio e da tentativa de ocultar outro crime, bem como de violação de uma menor.
Os Guarani Kaiowá são o segundo maior povo indígena do Brasil, com cerca de 50.000 pessoas, concentradas no estado do Mato Grosso do Sul, e são um dos grupos étnicos mais afetados pela perda dos seus territórios originais.
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