Há vários anos que Pyongyang tem estado a desenvolver mísseis balísticos mar-superfície (SLBM).
Em janeiro, durante um desfile militar na presença do líder norte-coreano, Kim Jong Un, a Coreia do Norte apresentou quatro mísseis com ogivas pretas e brancas, com a agência noticiosa oficial local, a KCNA, a afirmar que a "poderosa arma de ataque" tem capacidade para "destruir completamente os inimigos [...] fora do território".
Dias antes, Kim Jong Un disse ao congresso que o país tinha concluído os planos para um submarino nuclear, embora a agência noticiosa France-Presse (AFP) afirme que a embarcação só deverá ficar operacional "dentro de alguns anos".
Um SLBM operacional permitiria a Pyongyang uma mudança de estratégia, com a possibilidade de lançar um ataque surpresa perto dos Estados Unidos ou de realizar outro mesmo sem forças terrestres.
Hoje, na ilha de Geoje, a Coreia do Sul realizou a cerimónia de entrega do submarino de 3.000 toneladas, indicou a Marinha de Guerra sul-coreana, num comunicado.
O submarino, de 83,5 metros de comprimento e 9,6 metros de largura, pode permanecer submerso por 20 dias sem subir à superfície, o que constitui "uma mais-valia para defender os mares [sul-coreanos] e a própria existência [do país]".
"Vai assustar os inimigos", lê-se no documento, que adianta que o submarino ficará operacional em agosto de 2022 e está equipado com seis tubos de lançamento verticais que podem disparar SLBM.
A Coreia do Norte também tem procurado fortalecer a sua força de submarinos.
Em 2019, Kim Jong Un inspecionou um submarino então recentemente construído, tendo sido publicadas fotos que o mostraram posando de pé ao lado do enorme navio.
A cerimónia realizada hoje ocorreu dias depois de a irmã do líder norte-coreano, Kim Yo Jong, ter criticado a atitude "traiçoeira" de Seul sobre os exercícios militares conjuntos entre a Coreia do Sul e os Estados Unidos.
Kim Yo Jong avisou então que os dois aliados estavam a correr riscos e a causar "sérias ameaças" à segurança.
Os Estados Unidos posicionaram cerca de 28.500 soldados na Coreia do Sul para defender o país contra um eventual ataque do vizinho do Norte, que possui armas nucleares.
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