"Atingimos um elevado nível de cooperação entre as nossas forças armadas em terra, no ar e no mar. Expandi-la é uma parte importante das nossas atividades futuras", disse Sergei Shoigu num encontro com o seu homólogo chinês, Wei Fenghe, citado pela agência EFE.
Shoigu deslocou-se à China para assistir ao encerramento dos exercícios militares conjuntos, que decorreram na Região Autónoma de Ningxia (Noroeste).
A Rússia enviou para a China caças Su-30SM e uma unidade de infantaria motorizada para os exercícios militares conjuntos.
Shoigu assinalou que esta foi a primeira vez que tropas russas participaram em exercícios conjuntos em território chinês, o que disse refletir um "novo nível" de cooperação militar, em benefício da estabilidade regional e global.
Numa declaração sobre o exercício, o Ministério da Defesa russo citou Wei Fenghe a dizer que a iniciativa visou aumentar a capacidade de "responder conjuntamente aos riscos e desafios", e não era dirigida contra nenhum país terceiro.
A Rússia e a China realizaram uma série de exercícios nos últimos anos, incluindo com aviões de combate e navios de guerra.
Em dezembro de 2020, bombardeiros russos e chineses de longo alcance realizaram uma missão de patrulha conjunta sobre os mares do Japão e da China Oriental.
A região onde decorreram os exercícios desta semana localiza-se a leste de Xinjiang, onde a China foi acusada de ter detido mais de um milhão de uigures e membros de outras minorias muçulmanas, no âmbito de uma campanha que Pequim afirma ser contra o terrorismo e o extremismo.
Os críticos do regime chinês afirmam que as detenções violam os direitos humanos de um grupo minoritário.
Xinjiang partilha uma fronteira de menos de uma centena de quilómetros de extensão com o Afeganistão, onde os rebeldes talibãs assumiram o controlo de grande parte do território na sequência da retirada das tropas norte-americanas.
A Rússia tem procurado expandir os laços com a China à medida que as suas relações com o Ocidente se têm deteriorado por questões como a anexação da Crimeia, na Ucrânia, em 2014, ou acusações de ataques de pirataria russa e interferência em eleições.
O Presidente russo, Vladimir Putin, e o líder chinês, Xi Jinping, desenvolveram fortes laços pessoais para reforçar uma "parceria estratégica" entre os antigos rivais comunistas, uma vez que tanto Moscovo como Pequim enfrentam tensões crescentes com o Ocidente.
Apesar de a Rússia e a China terem sempre rejeitado a possibilidade de uma aliança militar, Putin disse, no outono passado, que tal perspetiva não podia ser totalmente descartada.
Putin observou também, em outubro, que a Rússia tem partilhado tecnologias militares altamente sensíveis com a China que ajudaram a reforçar significativamente a sua capacidade de defesa.
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