Rússia quer expandir cooperação militar com a China

O ministro da Defesa russo saudou hoje a realização de exercícios militares conjuntos com a China, considerando tratar-se de um sinal da cooperação cada vez mais estreita entre as forças armadas dos dois países.

Notícia

© Getty Images

Lusa
13/08/2021 16:49 ‧ 13/08/2021 por Lusa

Mundo

Rússia

 

"Atingimos um elevado nível de cooperação entre as nossas forças armadas em terra, no ar e no mar. Expandi-la é uma parte importante das nossas atividades futuras", disse Sergei Shoigu num encontro com o seu homólogo chinês, Wei Fenghe, citado pela agência EFE.

Shoigu deslocou-se à China para assistir ao encerramento dos exercícios militares conjuntos, que decorreram na Região Autónoma de Ningxia (Noroeste).

A Rússia enviou para a China caças Su-30SM e uma unidade de infantaria motorizada para os exercícios militares conjuntos.

Shoigu assinalou que esta foi a primeira vez que tropas russas participaram em exercícios conjuntos em território chinês, o que disse refletir um "novo nível" de cooperação militar, em benefício da estabilidade regional e global.

Numa declaração sobre o exercício, o Ministério da Defesa russo citou Wei Fenghe a dizer que a iniciativa visou aumentar a capacidade de "responder conjuntamente aos riscos e desafios", e não era dirigida contra nenhum país terceiro.

A Rússia e a China realizaram uma série de exercícios nos últimos anos, incluindo com aviões de combate e navios de guerra.

Em dezembro de 2020, bombardeiros russos e chineses de longo alcance realizaram uma missão de patrulha conjunta sobre os mares do Japão e da China Oriental.

A região onde decorreram os exercícios desta semana localiza-se a leste de Xinjiang, onde a China foi acusada de ter detido mais de um milhão de uigures e membros de outras minorias muçulmanas, no âmbito de uma campanha que Pequim afirma ser contra o terrorismo e o extremismo.

Os críticos do regime chinês afirmam que as detenções violam os direitos humanos de um grupo minoritário.

Xinjiang partilha uma fronteira de menos de uma centena de quilómetros de extensão com o Afeganistão, onde os rebeldes talibãs assumiram o controlo de grande parte do território na sequência da retirada das tropas norte-americanas.

A Rússia tem procurado expandir os laços com a China à medida que as suas relações com o Ocidente se têm deteriorado por questões como a anexação da Crimeia, na Ucrânia, em 2014, ou acusações de ataques de pirataria russa e interferência em eleições.

O Presidente russo, Vladimir Putin, e o líder chinês, Xi Jinping, desenvolveram fortes laços pessoais para reforçar uma "parceria estratégica" entre os antigos rivais comunistas, uma vez que tanto Moscovo como Pequim enfrentam tensões crescentes com o Ocidente.

Apesar de a Rússia e a China terem sempre rejeitado a possibilidade de uma aliança militar, Putin disse, no outono passado, que tal perspetiva não podia ser totalmente descartada.

Putin observou também, em outubro, que a Rússia tem partilhado tecnologias militares altamente sensíveis com a China que ajudaram a reforçar significativamente a sua capacidade de defesa.

Leia Também: Rússia regista recorde de mortes diárias pelo segundo dia consecutivo

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas