Dinamarca e Noruega encerram temporariamente embaixadas em Cabul
A Dinamarca e a Noruega anunciaram hoje que vão encerrar temporariamente as suas embaixadas em Cabul face aos combates no Afeganistão, onde os talibãs já controlam quase metade das capitais das 34 províncias e se aproximam da capital.
© Getty Images
Mundo Cabul
"O governo decidiu retirar todos os empregados da embaixada. Ao mesmo tempo decidimos encerrar temporariamente a nossa embaixada em Cabul", disse à imprensa o chefe da diplomacia dinamarquesa, Jeppe Kofod, adiantando que "os dinamarqueses no Afeganistão devem deixar o país imediatamente".
Na quarta-feira, a Copenhaga disse que ia retirar do Afeganistão cerca de 45 afegãos que trabalham ou trabalharam para a Dinamarca.
Fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros norueguês também anunciou o encerramento temporário da representação diplomática no Afeganistão e a retirada de todo o seu pessoal, quer diplomatas, quer funcionários locais e familiares.
A Finlândia vai manter aberta a embaixada, mas decidiu acolher "até 130 afegãos que trabalharam" para o país, para a União Europeia e para a NATO "assim como as suas famílias", disse hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros, Pekka Haavisto.
Também o seu homólogo alemão, Heiko Maas, anunciou hoje que o país reduzirá "ao mínimo" o pessoal da sua embaixada em Cabul, que, no entanto, continuará "operacional".
Quer Oslo, quer Berlim já tinham pedido aos seus nacionais para abandonarem o Afeganistão quanto antes.
O Canadá, o Reino Unido e os Estados Unidos já tinham decidido enviar contingentes militares para garantir a evacuação das suas embaixadas na capital afegã.
Os talibãs conquistaram hoje Pul-e-Alam, a capital da província de Logar, situada a apenas 50 quilómetros a sul de Cabul, assim como Lashkar Gah, capital da província de Helman, Kandahar, a segunda cidade do Afeganistão e capital da província com o mesmo nome, Feroz Koh/Chaghcharan, capital de Ghor, e Tirin Kot, capital do Uruzgan.
A maior parte do norte, oeste e sul do país está agora sob o controlo dos rebeldes, que lançaram a esta grande ofensiva em maio com o início da retirada final das tropas norte-americanas e estrangeiras, a qual deverá estar concluída até 31 de agosto.
Inicialmente, conquistaram grandes áreas rurais sem encontrarem muita resistência. Nos últimos dias, a progressão das forças talibãs acelerou, com vários centros urbanos a cair nas mãos dos rebeldes, igualmente sem grande dificuldade.
Cerca de 250.000 pessoas foram deslocadas pelo conflito desde o final de maio -- 400.000 desde o início do ano -, 80% das quais são mulheres e crianças, segundo a ONU.
Muitos civis migraram nas últimas semanas para Cabul, que arrisca uma crise humanitária.
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