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Qatar pede a talibãs menos violencia para se conseguir acordo político

O vice-primeiro-ministro do Qatar voltou hoje a pedir aos talibãs que reduzam a violência no Afeganistão para se tentar chegar a um acordo político, quando a ofensiva rebelde se aproxima da capital, Cabul, indicou a agência oficial QNA.

Qatar pede a talibãs menos violencia para se conseguir acordo político
Notícias ao Minuto

18:07 - 14/08/21 por Lusa

Mundo Afeganistão

Numa reunião com o líder do conselho político do movimento, o mullah Baradar Akhund, Mohamed bin Abderrahman al Zani discutiu os "últimos acontecimentos no terreno no Afeganistão, em termos de segurança e política, e o seguimento das negociações de paz afegãs em curso em Doha".

Baradar Akhund é o principal negociador dos talibãs nas negociações com o governo afegão, iniciadas em setembro de 2020 e que decorrem na capital do Qatar.

Igualmente chefe da diplomacia do Qatar, Zani "instou os talibãs a reduzir a escalada" da violência no seu avanço acelerado para "se alcançar um acordo político abrangente que garanta um futuro próspero para o governo e o povo do Afeganistão", segundo a QNA.

O número de capitais provinciais do Afeganistão sob o domínio dos talibãs subiu nas últimas horas para 20. Em pouco mais de uma semana, os rebeldes conquistaram mais de metade das 34 capitais de província do país.

Na quinta-feira, representantes de potências regionais e internacionais reunidos no Qatar também pediram que "a violência e as hostilidades" cessassem imediatamente no Afeganistão, reafirmando que não reconhecerão qualquer regime instaurado pela força.

Na sexta-feira, o presidente do Conselho Superior de Reconciliação Nacional do Afeganistão, Abdullah Abdullah, regressou de Doha, onde esteve reunido com representantes dos talibãs, a quem terá apresentado um plano de partilha do poder em troca de um cessar-fogo, divulgaram media afegãos, segundo a agência noticiosa espanhola EFE.

No mesmo dia, o secretário-geral da ONU, António Guterres, instou os talibãs a cessarem hostilidades e negociarem com o governo do Afeganistão, alertando que uma tomada do poder pela força desencadeará uma guerra civil ou o isolamento internacional.

A grande ofensiva dos talibãs contra as forças do Governo afegão começou no início de maio, após o início da retirada final das forças internacionais (Estados Unidos e NATO) do Afeganistão.

A saída dos militares estrangeiros do país da Ásia Central deve estar concluída no final deste mês, 20 anos depois do início da sua intervenção para afastar os talibãs do poder, após os atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, organizados pela Al-Qaida, grupo acolhido no Afeganistão.

Leia Também: Afeganistão. Sobe número de capitais provinciais tomadas pelos talibãs

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