Moçambique estuda apoios a empresas afetadas pelas manifestações pós-eleitorais

O Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, admitiu hoje medidas como a restruturação da dívida das Pequenas e Médias Empresas (PME) e linhas de crédito bonificadas para apoiar a recuperação das empresas afetadas pelas manifestações pós-eleitorais.

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Lusa
20/02/2025 20:07 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Daniel Chapo

"Em busca de soluções para aliviar a pressão financeira das empresas, reunimos, hoje, 20 de fevereiro, com a Associação dos Bancos Comerciais, para avaliar as medidas de recuperação económica destinadas a mitigar os impactos das recentes manifestações violentas", anunciou o chefe de Estado, numa mensagem na sua conta oficial na rede social X.

 

Chapo acrescentou que, do encontro, "ressaltou", desde logo, a possibilidade de "restruturação da dívida" das PME "afetadas direta ou indiretamente pela situação".

Por outro lado, referiu a "criação de linhas de crédito bonificadas destinadas às empresas que não possuem dívidas, mas que necessitam de capital para impulsionar os seus negócios, com juros anuais estimados em 15%".

"Com estas e outras medidas em análise, esperamos fortalecer a resiliência das PME e assegurar a rápida recuperação sustentável da economia nacional", acrescentou.

A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) estimou em 30 de dezembro à Lusa que mais de 500 empresas foram vandalizadas durante as manifestações pós-eleitorais em Moçambique e pelo menos 12 mil pessoas estão agora sem emprego.

"Estas são empresas que foram vandalizadas e estão localizadas, sobretudo, na província de Maputo, onde está a maior parte do tecido industrial do país", disse hoje à Lusa Onório Manuel, vice-presidente do pelouro da indústria da CTA.

Segundo o representante, mais de 12.000 moçambicanos estavam então sem trabalho por conta do encerramento destas empresas e, caso a situação prevaleça, mais pessoas podem perder os seus empregos.

 "Estamos a falar das maiores indústrias alimentares do país (...), que já estão com equipamentos danificados e estão com as suas infraestruturas totalmente destruídas (...) Vamos ter escassez de produtos e, provavelmente, registar uma subida galopante de preços", explicou Onório Manuel, avançando ainda que o número de empresários que pondera encerrar as suas portas devido à insegurança está a subir.

Moçambique vive desde as eleições gerais de 09 de outubro um clima de agitação social, agravada pelos anúncios dos resultados da votação, com manifestações, protestos nas ruas, barricadas, cortes de estrada, vandalização e destruição de equipamentos públicos e de empresas, saques e confrontos com a polícia que provocaram mais de 300 mortos.

Leia Também: Chapo pede "forte apoio" internacional para reconstrução de Cabo Delgado

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