Cabul. Canal afegão mantém mulheres à frente das câmaras e "faz história"

Jornalistas do canal de notícias afegão TOLO foram amplamente elogiadas pela coragem. Esta terça-feira, foi uma mulher quem entrevistou um porta-voz do regime talibã, algo que "seria impensável" há 20 anos.

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Notícias ao Minuto
17/08/2021 12:19 ‧ 17/08/2021 por Notícias ao Minuto

Mundo

Afeganistão

O canal de notícias afegão TOLO manteve à frente das câmaras, nas ruas e em estúdio, as suas jornalistas mulheres, num ato de coragem após a tomada de Cabul por parte dos talibãs. Esta terça-feira, foi uma mulher a entrevistar, pela primeira vez, um membro sénior talibã, algo que "seria impensável" entre 1996 e 2001, durante a última vigência do movimento radical islâmico.

"A nossa apresentadora está a entrevistar um porta-voz dos talibã ao vivo no nosso estúdio", indicou Miraqa Popal, responsável da emissora afegã, através do Twitter.

Sublinhe-se que o movimento radical islâmico defendem que as mulheres devem estar limitadas à vida familiar, tendo poderes muito limitados na esfera social. A última vigência dos talibã foi brutal e repressiva para as mulheres e meninas, que não podiam aceder a educação.

Teme-se que o progresso feito nos últimos 20 anos possa regredir.

Agora, porém, o grupo urgiu as mulheres a fazerem parte do governo. As forças talibãs indicaram hoje que "não querem que as mulheres sejam vítimas" urgindo-as a fazerem parte do governo não tendo especificado que tipo de medidas vão ser adotadas nesse sentido.

Nas redes sociais, muitos foram os que reagiram ao facto de ser uma mulher a entrevistar Abdul Haq Hammad, um representante talibã. "TOLOnews e os talibã a fazer história de novo. Impensável há duas décadas, quando eles estavam no comando", disse Saad Mohseni, empresário afegão-australiano.

Esta terça-feira, a estação retomou a emissão com jornalistas mulheres, não só em estúdio.

"Não vejo medo, vejo poder. Vejo uma mulher que sabe que hoje fala para todas as mulheres. Para mim, ela é - neste momento - a mulher mais bonita do mundo", escreveu um utilizador de Twitter, citada pelo Washington Post. A jornalista Hasiba Atakpal, por seu turno, reportou a situação a partir das ruas de Cabul.

Leia Também: "Ninguém previu isto", disse governante britânico sobre Cabul

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