"Para além dos vídeos colocados online e dos relatos de imprensa de pessoas que caíram do avião durante a partida, foram encontrados restos humanos no trem de aterragem do C-17, quando aterrou na Base Aérea de Al Udeid, no Qatar", disse a porta-voz da Força Aérea dos EUA, Ann Stefanek.
"A investigação será minuciosa para que possamos obter todos os factos sobre este trágico incidente", acrescentou em comunicado.
A Força Aérea norte-americana irá rever todos os vídeos que circulam nas redes sociais do avião de transporte C-17, que centenas de pessoas perseguiram, algumas tentando desesperadamente agarrar-se aos flancos ou às rodas. Outro vídeo mostrou a mesma aeronave em voo sobre Cabul e aquilo que parecia serem duas pessoas a cair da mesma.
A porta-voz da Força Aérea dos EUA não adiantou um número total de mortos nem confirmou relatos de que uma pessoa foi esmagada pelas rodas do avião antes da descolagem.
O C-17 tinha transportado para Cabul equipamento para os reforços militares americanos, enviados para o Afeganistão para assegurarem evacuações civis.
Os talibãs conquistaram Cabul no domingo, culminando uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO.
As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista (1996-2001), que acolhia no seu território o líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.
A tomada da capital põe fim a uma presença militar estrangeira de 20 anos no Afeganistão, dos Estados Unidos e dos seus aliados na NATO, incluindo Portugal.
Face à brutalidade e interpretação radical do Islão que marcou o anterior regime, os talibãs têm assegurado aos afegãos que a "vida, propriedade e honra" vão ser respeitadas e que as mulheres poderão estudar e trabalhar.
Porém, o caos instalou-se na segunda-feira no aeroporto de Cabul com muitas pessoas a tentarem fugir do país.
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