"Se sabemos a taxa de mortalidade da covid-19, podemos deduzir o nível provável de infeções", explicou a chefe da Discover Health, Emile Stipp, em declarações à agência de informação financeira Bloomberg, vincando que quatro em cada cinco sul-africanos podem já ter sido infetados.
Os cálculos foram feitos com base na taxa de fatalidade e na do excesso de mortes face aos anos anteriores, quando comparadas com a média histórica, que se considera dar uma imagem mais apurada do impacto da pandemia na contabilização oficial dos óbitos.
A taxa de infeção entre 70 a 80%, estimada por Stipp, é elevada pelos padrões globais e pode aproximar o país da imunidade de grupo, que a Sociedade de Doenças Infeciosas dos Estados Unidos aponta para ser atingida entre 80 e os 90% da população.
Ao contrário da maioria dos países mais ricos, que atingiram taxas de vacinação acima de 50%, na África do Sul este valor está nos 7,1%.
De acordo com o Conselho de Pesquisa Médica da África do Sul, o excesso de mortes foi de 238.949 durante a pandemia, o que compara com o número oficial de mortes atribuído à covid-19, que é de 78.377, o que resulta numa taxa de mortalidade de 3%.
Numa apresentação feita a 13 de maio, Stipp já tinha estimado que mais de 60% da população sul-africana tinha contraído o vírus, mas desde então reviu os dados.
Uma amostra de dadores de sangue feita entre janeiro e maio apontava para uma taxa de infeção nos 42,8%, ou seja, quase metade dos dadores de sangue no país apresentavam sinais de já terem contraído o SARS-CoV-2.
África registou hoje mais 43.146 casos de infeção pelo novo coronavírus, elevando o total para 7.388.784, que resultaram em mais 862 óbitos, para 186.367 mortes, segundo os dados oficiais mais recentes.
De acordo com o boletim do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC) emitido esta manhã, a África Austral continua a ser a região mais afetada, com 3.525.711 infetados e 97.702 mortes associadas à covid-19.
Nesta região, só a África do Sul, o país mais afetado pela pandemia no continente africano, contabiliza 2.638.981 infetados e 78.377 mortes.
A covid-19 provocou pelo menos 4.392.364 mortes em todo o mundo, entre mais de 209,2 milhões de infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil ou Peru.
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