Raab defende-se de críticas por não fazer apelo direto a homólogo afegão

O ministro dos Negócios Estrangeiros britânico defendeu-se hoje das críticas por não ter feito um apelo direto para que os intérpretes contratados pelo Reino Unido tivessem ajuda para deixar o Afeganistão.

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Lusa
20/08/2021 15:13 ‧ 20/08/2021 por Lusa

Mundo

Afeganistão

A imprensa britânica divulgou que funcionários do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido aconselharam, em 13 de agosto, dois dias antes da conquista de Cabul pelos talibãs, que o ministro Dominic Raab apelasse ao seu homólogo afegão, Haneef Atmar, para acelerar a retirada de funcionários afegãos que ajudaram os militares britânicos.

De férias na ilha grega de Creta, o ministro, segundo os meios de comunicação, recusou-se a fazer este apelo e confiou a tarefa a um dos seus vice-ministros.

De acordo com a imprensa, o apelo nunca teria ocorrido, gerando fortes críticas ao ministro e pedidos pela sua demissão.

Hoje, Raab defendeu-se num comunicado, qualificando as informações publicadas nos meios de comunicação como "imprecisas", explicando ainda que o apelo não pode ser atendido porque o rápido avanço dos talibãs impossibilitou todos os contactos.

"O ministro dos Negócios Estrangeiros afegão concordou em atender o pedido, mas não foi capaz de fazê-lo devido à rápida deterioração da situação", disse Raab.

Raab disse ainda que delegou o telefonema porque "deu prioridade à segurança e à infraestrutura" do aeroporto de Cabul, a conselho dos responsáveis que supervisionavam a crise.

"Todo o Governo trabalhou incansavelmente na semana passada para ajudar o maior número possível de pessoas a sair do Afeganistão", acrescentou, dizendo que a sua "principal prioridade" no momento era "proteger o aeroporto de Cabul para que os aviões pudessem descolar".

Uma decisão que foi "boa", avaliou o ministro, explicando que foram retirados, na manhã de segunda-feira, "204 britânicos e as suas famílias, funcionários afegãos e cidadãos de outros países".

Desde então, 1.635 pessoas foram retiradas de avião, acrescentou.

Lisa Nandy, porta-voz do Partido Trabalhista, criticou o ministro por permanecer "deitado na sua espreguiçadeira, enquanto os talibãs avançavam" no Afeganistão.

"O ministro dos Negócios Estrangeiros deve ter vergonha de si mesmo e o primeiro-ministro deve responder a perguntas sérias sobre o porque [Raab] permanece no cargo", acrescentou a porta-voz.

O grupo extremista talibã assumiu o controlo do Afeganistão no domingo, ao tomar a capital do país, Cabul.

Leia Também: Dominic Raab de visita à Ásia para reforçar relações pós-'Brexit'

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