Greta admite ir à COP26 se houver distribuição equitativa de vacinas
A jovem ativista ambiental sueca Greta Thunberg disse hoje que espera comparecer na grande conferência internacional sobre o clima, COP26, quatro meses depois de ter ameaçado não ir devido ao acesso desigual às vacinas contra a covid-19.
© Getty Images
Mundo Greta Thunberg
"Soube que todos os participantes vão ter vacinas ao dispor. Então, se for considerado seguro, espero poder ir assistir", à conferência internacional sobre o clima, em novembro na cidade escocesa de Glasgow, disse Thunberg à AFP.
A ativista, que fez 18 anos em janeiro, tinha anunciado em abril que não queria ir à 26.ª Conferência das Partes (COP26) da Convenção-Quadro da Organização das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (UNFCCC, na sigla em Inglês), "devido à distribuição extremamente desigual das vacinas" contra a covid-19.
Adiada já um ano por causa da pandemia do novo coronavirus, a COP26 está agendada para a capital escocesa, entre 01 e 12 de novembro, para identificar respostas à urgência climática.
Thunberg, a 'cara' do movimento 'Sextas-feiras pelo Futuro' ('Fridays for Future') e das greves às aulas para exigir ações governamentais perante a rutura climática, tinha apelado aos países ricos que partilhassem as suas doses de vacinas com as populações em risco dos países pobres "em vez de vacinarem os jovens com boa saúde".
Também tinha dito à AFP que, "se tal não fosse possível", sugeria que a COP26 fosse "adiada, para que todas as pessoas pudessem participar nas mesmas condições".
Greta Thunberg prestou declarações à AFP no dia do terceiro aniversário do início da sua agora célebre "greve às aulas pelo clima", que começou no final de agosto de 2018 perante o parlamento sueco.
Ao olhar para este passado, Greta Thunberg faz um balanço mitigado: "Conseguimos mobilizar milhões de pessoas e aumentar o nível de sensibilização, mas (...) as emissões continuam a aumentar e as mudanças necessárias continuam a não aparecer".
A crise climática "tem de ser tratada como uma crise", uma vez que, na sua opinião, "se tal não for feito, então não se pode fazer mais nada. É o único meio de avançar".
Sobre o futuro, estimou que "infelizmente" ainda haverá mais manifestações nos próximos três anos, porque a solução do problema vai requerer "pelo menos, vários anos".
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