"Enviaremos aviões de transporte C-130 para retirar pessoas que queiram deixar o país", disse o porta-voz do executivo japonês, o Ministro Kato Katsunobu, no encontro diário com a imprensa.
O Japão tem trabalhado para "dar prioridade à segurança dos japoneses que lá estão e também dos trabalhadores locais que permaneceram na embaixada e no escritório da Agência de Cooperação Internacional do Japão", em cooperação com os Estados Unidos e outros países, disse Kato.
Doze membros da representação diplomática japonesa na capital afegã foram retirados na semana passada para Istambul, a bordo de um avião militar de um país terceiro, mas Tóquio vai agora enviar aviões próprios para retirar mais pessoal da missão e outros.
Membros dos ministérios dos Negócios Estrangeiros e da Defesa partiram, no domingo, para o Afeganistão para avaliar a situação no terreno e avançar com o planeamento, noticiou a emissora pública japonesa, a NHK, na sequência de pedidos de ajuda para sair de diplomatas e familiares, bem como funcionários de organizações internacionais.
Kato escusou-se a dar pormenores sobre o número de pessoas que se esperava retirar, dada a natureza sensível da operação, mas fontes de defesa disseram à NHK que poderiam ser mais de 500.
A situação no Afeganistão agravou-se desde o início de agosto com o avanço dos rebeldes fundamentalistas islâmicos talibãs, que ocuparam a capital, depois da fuga do Presidente afegão, Ashraf Ghani.
Assim, 20 anos depois de terem sido expulsos do poder pelas forças militares internacionais que intervieram no país, os talibãs recuperaram o controlo.
Vários países têm enviado aviões militares para retirar cidadãos e afegãos do aeroporto de Cabul, onde todos os voos comerciais foram suspensos e onde milhares de pessoas estão a tentar fugir.
O Grupo dos Sete (G7), do qual o Japão é membro, convocou uma reunião de urgência para terça-feira, para debater a situação no Afeganistão e a prestação de ajuda humanitária.
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