Ucrânia: Os principais acontecimentos do último ano do conflito

O último ano da guerra na Ucrânia ficou marcado pela entrada de novos atores no conflito, na mobilização de mais de 10 mil militares norte-coreanos para reforçar as tropas russas, e pela chegada ao poder de Donald Trump.

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© Serhii Ovcharyshyn/NikVesti.com/Global Images Ukraine via Getty Images

Lusa
22/02/2025 09:16 ‧ há 8 horas por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

Em campanha, o novo Presidente dos Estados Unidos prometera uma solução para o fim das hostilidades, sem nunca a explicar, mas foi ainda o seu antecessor, o democrata Joe Biden, que deu aos militares ucranianos o que nunca tiveram, quando as autorizou a usar armas de longo alcance norte-americanas contra solo da Rússia.

 

Em reação, o Kremlin respondeu com o disparo de um novo míssil hipersónico no centro da Ucrânia e ameaças de ataques diretos às potências ocidentais.

Já com Trump na Casa Branca, e em apenas um mês de mandato, as tomadas de posições e os acontecimentos surgiram a um ritmo alucinante, incluindo uma longa conversa telefónica com o homólogo russo Vladimir Putin, em que ambos se comprometeram a iniciar "de imediato" negociações sobre a Ucrânia, e o retomar das conversações bilaterais entre Washington e Moscovo.

Três anos após o início da invasão russa, em 24 de fevereiro de 2022, mantém-se o impasse no campo de batalha, apesar da consistente progressão das forças de Moscovo no leste da Ucrânia e da ofensiva ucraniana na província russa de Kursk.

 Fevereiro 2024

24 -- A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, visita Kyiv, no segundo aniversário da invasão russa, e anuncia uma nova doação de 4,5 mil milhões de euros.

Também a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, e o chefe do Governo do Canadá, Justin Trudeau, se deslocam à capital ucraniana e todos os aliados elogiam a resistência da Ucrânia e prometem a continuação do apoio.

25 - O líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, fala pela primeira vez num número de baixas militares do seu país e aponta 31 mil mortos, ao mesmo tempo que volta a excluir negociações com a Rússia.

26 - O Presidente francês, Emmanuel Macron, afirma que o envio de tropas estrangeiras para a Ucrânia "não deve ser descartado".

 

Março

05 - O Tribunal Penal Internacional (TPI) emite mandados de captura para Sergei Kobylash e Viktor Sokolov por crimes cometidos quando eram comandantes respetivamente da Aviação de Longo Alcance da Força Aeroespacial e da Frota do Mar Negro da Rússia.

06 - As forças da Ucrânia reivindicam a destruição ou danificação de um terço dos 80 navios russos da Frota do Mar Negro desde o começo da guerra.

07 - Ultrapassadas objeções da Turquia e da Hungria, a Suécia torna-se no 32.º membro da NATO, abandonando décadas de neutralidade, seguindo-se à Finlândia, que também aderiu à Aliança após a invasão da Ucrânia.

18 -- É confirmada a reeleição de Vladimir Putin para um quinto mandato como Presidente da Rússia, depois de uma votação manchada pela morte na prisão do líder da oposição, Alexander Navalny, no mês anterior, e por críticas da comunidade internacional sobre a transparência do processo.

A União Europeia (UE) recorre a ironia para felicitar "uma vitória esmagadora" e junta-se ao secretário-geral da ONU, António Guterres, e outros líderes mundiais na condenação a realização das eleições nas regiões ucranianas ocupadas.

22 -- O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, usa pela primeira vez a palavra guerra para se referir à invasão da Ucrânia, que anteriormente era referida como "operação militar especial".

31 - O Presidente russo assina um decreto que alarga a idade de recrutamento militar para os 30 anos, mais três do que na anterior, e abrangerá 150 mil cidadãos.

 

Abril

02 -- Zelensky assina lei que baixa idade de mobilização militar para 25 anos e reforça as punições para fugas ao recrutamento.

08 - Os bombardeamentos russos atingiram 80% das centrais termoelétricas ucranianas e metade das hidroelétricas nas últimas semanas, segundo o ministro da Energia, no "maior ataque" contra o setor energético do país.

13 - A situação na frente leste da Ucrânia "deteriorou-se consideravelmente", admite o comandante das forças armadas ucranianas, Oleksandre Syrski.

17 - Mais de nove mil crianças são retiradas da região russa de Belgorod, na fronteira com a Ucrânia, após sucessivos ataques aéreos.

20 -- A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprova um pacote de ajuda financeira e militar à Ucrânia de 61 mil milhões de dólares (58 mil milhões de euros), ao fim de longos meses de bloqueio da ala radical dos republicanos.

 

 Maio

04 -- A justiça russa inclui Zelensky e outros altos dirigentes ucranianos na lista de procurados do Ministério do Interior.

09 -- O Presidente da Ucrânia demite o chefe do Departamento de Proteção do Estado, a que pertenciam dois coronéis detidos por alegado envolvimento numa conspiração russa para assassiná-lo.

10 -- A Rússia reabre a frente de combate na região de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, e captura várias localidades, procurando criar "uma zona de segurança" que impeça ataques ao seu território.

12 -- Putin substitui o ministro da Defesa, Sergei Shoigu, pelo economista e vice-primeiro-ministro, Andrei Belousov, que pretende modernizar o Exército e alcançar a vitória na Ucrânia com perdas mínimas.

14 - O líder ucraniano cancela as visitas a Espanha e Portugal devido ao agravamento da situação em Kharkiv.

17 - Zelensky assina o decreto que permite que condenados por delitos menores possam servir nas forças armadas.

24 -- O Exército ucraniano indica que 500 mil russos foram mortos ou feridos em combate desde o começo da guerra, um número acima da avaliação de outras entidades.

28 -- Zelensky visita Lisboa, onde assina um acordo de cooperação e segurança, à semelhança de outros alcançados com vários aliados europeus.

30 -- Pela primeira vez, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, autoriza os militares ucranianos a usarem armamento norte-americano em solo russo, mas apenas em zonas próximas da fronteira de Kharkiv.

31 - Também a Alemanha dá aval ao uso das suas armas contra alvos militares na Rússia, condicionado à defesa de Kharkiv, mas mantém a sua proibição ao fornecimento de mísseis de longo alcance Taurus, há muito pedidos por Kyiv.

 

 Junho

02 - As autoridades ucranianas impõem cortes de eletricidade na maior parte do país, após ataques russos em grande escala contra as infraestruturas energéticas.

05 -- Putin considera que o uso de armas ocidentais contra a Rússia é "um passo perigoso" e avisa a Alemanha que pode "arruinar totalmente" as relações entre os dois países.

09 -- O líder ucraniano descreve a operação russa em Kharkiv como um fracasso muito significativo e revela reforços para a defesa da região.

13 -- Os países do G7 alcançam um acordo provisório para conceder à Ucrânia um empréstimo de cerca de 46 mil milhões de euros, a financiar com juros gerados pelos ativos do banco central russo congelados na UE.

14-- O Presidente russo afirma que ordenará de imediato um cessar-fogo e iniciará negociações se Kiev retirar as suas tropas das quatro regiões reivindicadas por Moscovo e renunciar à adesão à NATO.

No mesmo dia, classifica o congelamento de bens do seu país como "um roubo que não ficará impune", referindo-se a cerca de 260 mil milhões de euros de fundos do banco central russo.

16 - O texto final da Cimeira para a Paz na Ucrânia, promovida por Kiev na Suíça, "reafirma a integridade territorial do país" e pede o envolvimento de todas as partes para o fim da guerra.

A conferência reuniu cerca de 60 líderes mundiais e representantes de 90 governos, na maioria ocidentais, mas sem a presença da Rússia, que não foi convidada, nem da China.

Treze delegações recusaram-se a assinar o documento, incluindo vários parceiros de Moscovo no fórum BRICS, como Brasil, Índia e África do Sul.

19 -- Os presidentes da Rússia e da Coreia do Norte assinam em Pyongyang um acordo de parceria estratégica, que prevê o reforço da cooperação militar e assistência mútua em caso de agressão. Ambos proclamam uma aliança contra "práticas hegemónicas e neocoloniais" dos Estados Unidos.

25 -- O TPI emite mandados de captura para o ex-ministro russo da Defesa Sergei Shoigu e para o comandante das Forças Armadas, Valery Gerasimov, acusados de crimes de guerra e contra a humanidade na Ucrânia.

28 - Um grupo de 48 países condena na ONU "transferências ilegais de armas da Coreia do Norte para a Rússia, que ajudaram significativamente" Moscovo a conduzir a guerra na Ucrânia.

 

Julho

05 - O primeiro-ministro da Hungria, que detém a presidência rotativa do Conselho da UE, visita Moscovo três dias depois de ter estado em Kiev, alegando que viaja em "missão de paz" e que não há solução militar para o conflito, mas Bruxelas demarca-se da iniciativa.

08 -- Vários líderes mundiais condenam os ataques russos contra alvos civis na Ucrânia, que fizeram pelo menos 33 mortos, incluindo o maior hospital pediátrico do país, em Kiev, que António Guterres considera "particularmente chocante".

10 - Os chefes de Estado e de governo da NATO comprometem-se em Washington a dedicar um mínimo de 40 mil milhões de euros em 2025 para o esforço de guerra ucraniano, mas não avançam no compromisso de adesão de Kiev à organização.

17 -- Mais de 42 mil ucranianos estão dados como desaparecidos pelas autoridades devido à guerra, à ocupação de territórios por parte da Rússia ou a catástrofes naturais.

 

Agosto

04 -- As forças ucranianas recebem os primeiros caças norte-americanos F-16, esperados há mais de dois anos, mas Zelensky considera que são ainda insuficientes.

06 - A Ucrânia lança uma ofensiva militar de surpresa na região fronteiriça russa de Kursk e em menos de uma semana reivindicará o controlo de mais de mil quilómetros quadrados e acima de cem localidades.

 

Setembro

03 - Um bombardeamento russo contra um instituto militar em Poltava, no centro da Ucrânia, provoca pelo menos 54 mortos e cerca de 300 feridos, num dos ataques mais mortíferos desde o início da guerra.

04 - O Presidente ucraniano remodela grande parte do Governo, justificando que é preciso "nova energia". Entre os nomes mais importantes, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Dmytro Kuleba, é substituído pelo diplomata Andreii Sybiga.

27 -O ex-Presidente dos Estados Unidos e candidato republicano às presidenciais, Donald Trump, promete resolver a guerra na Ucrânia, após uma reunião em Nova Iorque, com Zelensky, que agradece um encontro "muito produtivo".

 

 Outubro

03 - O novo secretário-geral da NATO, Mark Rutte, afirma na sua primeira visita a Kiev, que pretende "deixar bem claro" que a Aliança Atlântica está ao lado da Ucrânia.

06 - Volodymyr Zelensky apresenta aos deputados ucranianos o seu "plano de vitória", depois de ter abordado o documento com alguns dos principais aliados, que prevê a adesão à NATO e o uso de armas de longo alcance contra a Rússia, bem como a manutenção da ocupação da província russa de Kursk como arma negocial contra Moscovo.

28 - A NATO e o Pentágono (Departamento da Defesa dos EUA) confirmam a presença de 10 mil militares norte-coreanos na província de Kursk para combater ao lado das forças russas e Joe Biden alerta para uma situação "muito perigosa", depois de a UE declarar que está "profundamente alarmada" com o envolvimento de Pyongyang.

 

 Novembro 

05 --Donald Trump vence as eleições presidenciais nos Estados Unidos contra a candidata democrata e vice-presidente norte-americana, Kamala Harris.

Na campanha, o republicano criticou o apoio de Washington a Kiev e indicou que acabaria com a guerra em 24 horas, sem nunca explicar.

07 - Putin felicita Trump pela sua vitória e manifesta disponibilidade para retomar o diálogo com Washington.

15 - O chanceler alemão, Olaf Scholz, insta Putin a retirar as tropas e negociar com Kiev, na primeira conversa telefónica que mantiveram em quase dois anos e bastante criticada por Kiev e vários aliados.

17 -- A poucas semanas de abandonar a Casa Branca, Joe Biden autoriza a Ucrânia a usar mísseis de longo alcance norte-americanos para atacar território russo, numa alteração radical de posição de Washington, seguida de imediato pelo Reino Unido.

19 - O Presidente russo assina um decreto que alarga a possibilidade de utilização de armas nucleares, quando se assinalam mil dias da ofensiva contra a Ucrânia.

20 - As forças ucranianas usam pela primeira vez mísseis de cruzeiro britânicos Storm Shadow em território russo.

21 - A Ucrânia e a NATO acusam a Rússia de ter disparado um míssil intercontinental, concebido para transportar ogivas nucleares mas que pode ser usado como arma convencional, num ataque à cidade de Dnipro, no centro-leste do país.

Putin justifica que o uso de armas ocidentais para atingir o seu país transformou a guerra na Ucrânia num "conflito global" e admite atacar os aliados de Kiev envolvidos, declarando-se pronto para qualquer cenário.

No mesmo dia, a Duma (câmara baixa do parlamento russo) aprova o orçamento do Estado da Rússia, que prevê despesas com a defesa de 13,5 biliões de rublos (126,84 mil milhões de euros) em 2025. Este valor representa um aumento de 24,4 pontos percentuais face ao ano anterior e 6,31% do Produto Interno Bruto (PIB).

 

 Dezembro

01-- O novo presidente do Conselho Europeu, António Costa, chega a Kiev para passar o primeiro dia do seu mandato, acompanhado pela chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas, reafirmando a continuação da "ajuda total à Ucrânia".

05 - O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Andrii Sybiga, acusa diretamente o homólogo russo de ser "um criminoso de guerra" durante uma reunião da Organização de Segurança e Cooperação na Europa, e vários ministros abandonam a sala na intervenção do russo Serguei Lavrov.

08 - O Presidente ucraniano aponta 43 mil militares do seu país mortos e 370 mil feridos em todo o conflito e 198 mil russos mortos e 550 mil feridos, números não verificáveis de forma independente.

09 - Zelensky mostra-se aberto a um envio de tropas ocidentais para a Ucrânia como forma de garantir a segurança do país num cenário de cessação dos combates.

16 - O líder russo elogia o ritmo a que as suas tropas avançam na Ucrânia e por terem "a iniciativa estratégica" em todas as frentes.

Donald Trump revela que vai conversar com os Presidentes russo e ucraniano para acabar com a "carnificina".

19 - Putin desafia os Estados Unidos para uma espécie de duelo em Kiev entre o novo armamento hipersónico russo e os sistemas de defesa antimíssil ocidentais.

Num balanço de 2024, diz que foi um ano de glória para a Rússia, mas admite que a inflação na ordem dos 9% é um "sinal preocupante", enquanto tenta tranquilizar os russos sobre as perspetivas da economia.

20 -- A UE condena o "ataque bárbaro" com mísseis russos em Kiev, que danificam sete embaixadas, incluindo a portuguesa.

 

2025 

Janeiro 

01 - A Ucrânia suspende o transporte de gás natural russo através do seu território, no âmbito do fim do contrato, que Zelensky considera "uma das maiores derrotas" de Moscovo.

16 - O Presidente ucraniano e o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, assinam em Kyiv um acordo de parceria para os próximos 100 anos.

O presidente do Comité Militar da NATO, Rob Bauer, indica que um terço dos 11 mil soldados norte-coreanos que combatem ao lado da Rússia estão mortos ou feridos.

22 - O novo Presidente dos Estados Unidos admite novas sanções contra a Rússia, caso Moscovo recuse negociações com a Ucrânia.

23 -- Donald Trump exorta a Arábia Saudita e os países da OPEP a baixarem o preço do petróleo, argumentando que a guerra "terminaria imediatamente".

28 - O líder do Kremlin rejeita conversações diretas com o homólogo ucraniano, prevendo que sem a ajuda ocidental o conflito terminaria em dois meses.

Reagindo à suspensão dos programas de ajuda externa dos Estados Unidos, determinados por Trump em todo o mundo, Zelensky lamenta a interrupção de muitos projetos humanitários no seu país. A alteração de política da Casa Branca não afeta porém o envio de equipamento militar.

31 - As tropas norte-coreanas em Kursk "foram retiradas" devido às pesadas perdas infligidas pelo Exército ucraniano, segundo um porta-voz das forças especiais de Kyiv.

 

Fevereiro 

03 -- Trump sugere que a Ucrânia forneça minerais raros, essenciais para inovações tecnológicas, em troca da ajuda contra a invasão russa, uma ideia que Kyiv admite servir os interesses comuns.

O líder britânico, Keir Starmer, defende que a paz na Ucrânia será alcançada "através da força" e pede aos aliados da NATO e aos países da UE que forneçam mais apoio a Kyiv.

04 - O Presidente ucraniano sustenta que o adiamento da adesão à NATO exige a devolução a Kiev das armas nucleares retiradas em 1994 do seu país, em troca de garantias de segurança.

05 - O Conselho da Europa pretende criar um tribunal especial para julgar crimes relacionados com a invasão russa e iniciar um mecanismo de compensação de danos.

06 - Os primeiros caças Mirage 2000-5 são entregues pela França a Kiev para ajudar a defender o espaço aéreo ucraniano.

11 -- O Presidente ucraniano admite "uma troca" de territórios com a Rússia, em eventuais negociações de paz, e adverte que a Europa não conseguiria garantir a segurança do seu país sem apoio dos Estados Unidos. Em reação, o Kremlin rejeita desde logo a ideia.

12 -- Trump revela que manteve uma longa conversa telefónica com Putin, em que ambos se comprometeram a iniciar "de imediato" negociações sobre a Ucrânia.

O líder norte-americano anuncia também que deverá encontrar-se com o homólogo russo na Arábia Saudita, sem apontar uma data.

No mesmo dia, Zelensky afirma que a sua equipa já recebeu uma proposta de acordo económico com Washington em troca de apoio contra a invasão russa.

Bruxelas adverte, por seu lado, que rejeitará conversações sem o envolvimento de Kiev e da Europa.

14 - O Presidente ucraniano reúne-se com o vice-presidente norte-americano, J.D. Vance, e exige garantias de segurança antes de quaisquer negociações com a Rússia.

Vance refere, por seu lado, que os Estados Unidos pretendem alcançar uma "paz duradoura" na Ucrânia e prevê mais conversas nos próximos dias, semanas e meses.

O primeiro-ministro britânico reafirma que Kiev está num "caminho irreversível para a NATO", após o secretário da Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, considerar que essa possibilidade é irrealista, tal como o regresso das fronteiras ucranianas anteriores a 2014, ano do início das primeiras hostilidades de Moscovo.

15 -- Horas depois do encontro com Vance, à margem da Conferência de Segurança de Munique, Zelensky afirma que Kyiv terá "poucas hipóteses de sobreviver" sem o apoio de Washington.

Ainda num discurso na conferência, o líder ucraniano apela à criação de um "exército europeu" como próximo passo na defesa do seu país contra a invasão russa e na proteção dos países da Europa contra ameaças externas.

A comissária europeia para o Alargamento afirma que está a "trabalhar afincadamente" com a sua equipa no processo de adesão da Ucrânia à UE , defendendo ser a melhor garantia de segurança para o país e para a Europa.

16 - O primeiro-ministro britânico Keir Starmer afirma estar pronto para enviar tropas britânicas para a Ucrânia para ajudar a garantir a segurança naquele país do leste europeu. No dia seguinte, reiterou a intenção mas exigiu que os Estados Unidos forneçam garantias de segurança.

17 -- O Presidente francês, Emmanuel Macron, recebe em Paris líderes de alguns países europeus (Reino Unido, Alemanha, Itália, Espanha, Dinamarca e Polónia) e responsáveis da União Europeia e da NATO para discutir a segurança europeia e as capacidades de defesa que a Europa poderá fornecer à Ucrânia

18 -- A Rússia reconhece o direito da Ucrânia de aderir à UE, mas não à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla inglesa).

França convoca uma segunda reunião para discutir a Ucrânia e a segurança europeia com países europeus que não estiveram presentes na primeira e o Canadá. Portugal é um dos participantes do encontro.

Altos funcionários norte-americanos e russos iniciam conversações em Riade, na Arábia Saudita. A par de discutirem formas de pôr fim ao conflito na Ucrânia, Rússia e Estados Unidos abordaram a restauração das relações bilaterais e um possível encontro entre o Presidente norte-americano, Donald Trump, e o seu homólogo russo, Vladimir Putin.

Neste mesmo dia, Trump garante que não se oporia ao envio de tropas de uma missão de paz europeia na Ucrânia.

19 -- O enviado especial dos Estados Unidos para a Ucrânia, Keith Kellogg, chega a Kiev para discutir com Zelensky possíveis caminhos para a paz e assim pôr fim à guerra com a Rússia.

No mesmo dia, o Presidente Donald Trump e o homólogo ucraniano iniciam uma troca de acusações. Numas primeiras declarações, Trump acusa Zelensky de ter iniciado o conflito na Ucrânia. Em reação, o governante ucraniano afirma que Trump está a ser influenciado pela desinformação russa. Posteriormente, o chefe de Estado norte-americano considera Zelensky um "ditador sem eleições".

Após a segunda reunião em Paris, o Presidente francês, Emmanuel Macron, reitera que as negociações para a paz na Ucrânia deverão ter em consideração os interesses ucranianos e europeus.

20 - A reunião entre Keith Kellogg, enviado do Presidente dos Estados Unidos, e o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, termina sem qualquer conferência de imprensa, ao contrário do que é habitual. Posteriormente, Zelensky diz que o encontro "foi muito produtivo, com uma boa discussão" e apela para que sejam estabelecidas "relações sólidas" entre Kiev e Washington.

Para assinalar o terceiro aniversário da guerra na Ucrânia, é anunciado que o presidente do Conselho Europeu, António Costa, vai estar em Kiev, no dia 24 de fevereiro, onde estará igualmente a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o colégio de comissários e o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez.

21 - Donald Trump afirma que a presença do seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, nas negociações para pôr fim à guerra entre a Rússia e a Ucrânia "não era muito importante".

"Anda em reuniões há três anos e nada foi feito. Por isso, não acho que seja muito importante que ele esteja presente nas reuniões", afirma numa entrevista à estação Fox Radio.

Na mesma entrevista, o líder norte-americano refere que a Ucrânia está numa situação difícil para as negociações, porque "não tem cartas na mão".

Leia Também: Trump evita chamar "ditador" a Putin. Zelensky? "Devem sentar-se juntos"

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