A família de Shiri Bibas confirmou, este sábado, que o corpo entregue pelo Hamas à Cruz Vermelha na sexta-feira pertence à mulher. Note-se que, na quinta-feira, tinham sido entregues restos mortais que não pertenciam à refém.
"Ontem à noite, a nossa Shiri regressou a casa", escreveu a família num comunicado. "No final do processo de identificação (...) esta manhã recebemos a notícia que tanto temíamos: a nossa Shiri foi morta em cativeiro", acrescenta.
"Há 16 meses que andamos à procura de certezas e, agora que as temos, não nos trazem qualquer consolo", lamenta.
A família recorda que "Shiri era uma mãe maravilhosa para Ariel e Kfir, uma companheira amorosa para Yarden, uma irmã e tia dedicada e uma amiga maravilhosa".
"Neste momento difícil, continuamos a exigir e a apelar ao regresso imediato dos reféns ainda em cativeiro. Não há objetivo mais importante", frisa a família.
Os militantes do grupo islamita palestiniano Hamas, que governa a Faixa de Gaza desde 2007, entregaram quatro corpos na quinta-feira ao abrigo do cessar-fogo com Israel.
Israel confirmou que um dos corpos era o de Oded Lifshitz, que tinha 83 anos quando foi raptado durante o ataque do Hamas a Israel, em 07 de outubro de 2023. Os restos mortais dos dois filhos pequenos de Shiri Bibas, Ariel e Kfir Bibas, também foram identificados. No entanto, o quarto corpo não era o da mãe, mas de uma palestiniana.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou, nesse dia, que o Hamas cometeu uma "violação cruel" do cessar-fogo, ao não devolver o corpo de Shiri Bibas.
O Hamas admitiu entretanto que os restos mortais de Bibas estariam misturados com os de outra vítima do ataque aéreo israelita em que alegadamente morreu.
O corpo de Shiri "foi feito em pedaços depois de ter sido aparentemente misturado com outros corpos sob os escombros", na sequência de um ataque israelita, disse um porta-voz do Hamas ao jornal The Times of Israel, citado pela agência espanhola EFE.
Militantes palestinianos disseram na sexta-feira à noite que entregaram os restos mortais corretos à Cruz Vermelha, que os enviou a Israel para testes. A identificação foi confirmada esta manhã.
Apesar do contratempo, Israel e o Hamas avançam hoje para outra troca de reféns israelitas por prisioneiros palestinianos como parte do cessar-fogo.
Após mais de 15 meses de guerra, que fizeram pelo menos 48.208 mortos e mais de 111 mil feridos, as partes em conflito alcançaram em meados de janeiro um acordo de cessar-fogo, que entrou em vigor a 19 de janeiro e previa a troca de 33 reféns israelitas mantidos em cativeiro pelo Hamas por centenas de palestinianos encarcerados em prisões de Israel.
[Notícia atualizada às 08h32]
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