"Temos de partir do princípio de que se trata de um crime antissemita - e isto no Memorial aos Judeus Assassinados da Europa, um local de memória e comemoração", afirmou em comunicado.
A ministra defendeu que "o autor do crime deve ser punido em toda a extensão da lei e deportado diretamente da prisão" para o seu país de origem.
"Utilizaremos todos os meios possíveis para deportar os autores de crimes violentos para a Síria. Quem comete tais crimes e abusa da proteção na Alemanha da forma mais repugnante perdeu qualquer direito a estar no nosso país", sublinhou.
Na Alemanha, onde se realizam eleições legislativas este domingo, o debate sobre a política de migração endureceu na sequência dos recentes atentados em Berlim, Munique e Aschaffenburg (sul) e de anteriores ataques perpetrados por requerentes de asilo.
O jovem sírio, que será presente hoje a um juiz de instrução para ser detido preventivamente, não tinha antecedentes criminais ou judiciais em Berlim, segundo as autoridades alemãs, e estava legalmente na Alemanha.
A investigação por alegada tentativa de homicídio e ofensas corporais perigosas foi assumida pelo serviço de segurança do Estado e por uma unidade de homicídios da Polícia Judiciária do Estado de Berlim.
As autoridades alemãs confirmaram hoje que o homem que esfaqueou um turista espanhol de 30 anos junto ao memorial do Holocausto em Berlim, na sexta-feira, é um refugiado sírio de 19 anos que está legalmente na Alemanha.
Num comunicado conjunto, o Ministério Público e a polícia de Berlim confirmaram que a vítima do ataque, que sofreu ferimentos no pescoço, está fora de perigo após a rápida intervenção dos serviços de emergência e uma operação de emergência em que teve de permanecer em coma induzido durante algum tempo.
De acordo com estas duas instituições, o detido, tal como noticiado anteriormente pelos meios de comunicação social alemães, é um sírio que "aparentemente chegou à Alemanha em 2023 como refugiado menor não acompanhado e pediu asilo", que lhe foi concedido,
Por conseguinte, residia "legalmente na Alemanha", mais concretamente na cidade de Leipzig, no leste do país.
De acordo com as investigações sobre o ataque, que ocorreu por volta das 17:00 TMG, "há alegadas ligações ao conflito do Médio Oriente", explicaram a polícia e o Ministério Público.
Tanto quanto se sabe até agora, nomeadamente pelas declarações do acusado à polícia, o agressor "planeava matar judeus há várias semanas".
"A escolha do local do crime - o memorial às vítimas do Holocausto - foi também alegadamente feita neste contexto", refere o comunicado.
Quando foi detido, o alegado autor do crime "tinha na sua mochila um tapete de oração, um Corão, um pedaço de papel datado de 21 de fevereiro com versos do Corão e a alegada arma do crime, o que indica uma motivação religiosa", segundo a polícia e o Ministério Público.
"Até ao momento, não há indícios de ligações a outras pessoas ou organizações", sublinharam.
O jovem sírio, que será presente ao juiz de instrução hoje para ser detido preventivamente, não tinha antecedentes criminais ou judiciais em Berlim, acrescentaram.
O homem foi detido por volta das 19:45 TMG quando regressava ao local do crime e os agentes da polícia repararam que o suspeito tinha sangue nas mãos e nas calças.
O detido falou claramente e colaborou com a polícia, que ainda está a investigar se o jovem é "doente mental".
A investigação da alegada tentativa de homicídio e de ofensas corporais perigosas está a cargo dos serviços de segurança da polícia e de uma unidade de homicídios da Polícia Judiciária do Estado de Berlim.
Devido à importância do caso, o Ministério Público de Berlim assumiu a investigação.
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