Num discurso transmitido na tarde de terça-feira (noite em Lisboa) pelas televisões norte-americanas, Joe Biden disse que os EUA aumentaram o número de voos, tendo havido 21.600 pessoas a sair do país nas 24 horas que terminaram na terça-feira de manhã, e mais 12 mil nas 12 horas seguintes, não só de voos norte-americanos, mas também de outras entidades.
Na comunicação ao país, na qual manteve a data de terça-feira, 31 de agosto, como limite para a saída do Afeganistão, o Presidente dos EUA disse ter pedido ao Pentágono e ao Departamento de Estado (equivalentes aos ministérios da Defesa e dos Negócios Estrangeiros nos governos europeus) para elaborarem planos de contingência para ajustar o calendário da retirada total, se isso se tornar necessário.
Em declarações citadas pela AP, os dirigentes do Pentágono mostraram-se confiantes que a operação aérea, que começou a 14 de agosto, vai conseguir retirar todos os norte-americanos até à próxima terça-feira, o limite dado pelo próprio Biden para a saída do país, 20 anos depois da entrada, na ressaca do ataque de 11 de Setembro.
Os talibãs passaram a controlar Cabul no dia 15 de agosto, concluindo uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO.
As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista (1996-2001), que acolhia no seu território o líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.
A tomada da capital põe fim a uma presença militar estrangeira de 20 anos no Afeganistão, dos Estados Unidos e dos seus aliados na NATO, incluindo Portugal.
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