Em comunicado, as autoridades russas precisaram que o avião sairá do aeródromo de Uliánovsk, no sul da parte europeia do país, numa operação ordenada pelo presidente russo, Vladimir Putin.
O Ministério da Defesa indicou ainda que em cada uma das aeronaves de transporte se encontra uma equipa de médicos militares para assistir pessoas retiradas do território afegão.
Os talibãs anunciaram na terça-feira que para evitar que continue o caos no aeroporto de Cabul, os cidadãos afegãos não podem ir ao aeroporto, uma medida que dificulta as intenções dos Estados Unidos e de outros países de retirar os aliados afegãos vulneráveis no país.
"O Emirado Islâmico (como autodenominam os talibãs) está a tratar realmente de controlar a situação. Agora o caminho para o aeroporto foi fechado. Os afegãos não estão autorizados a ir ali, (só) os estrangeiros podem ir", disse em conferência de imprensa, em Cabul, o principal porta-voz insurgente, Zabihullah Mujahid.
Hoje, num congresso do partido Rússia Unida, o líder do Kremlin assegurou que Moscovo não tem qualquer intenção de imiscuir-se nos assuntos internos do Afeganistão e menos ainda de intervir militarmente.
"Tirámos as lições necessárias", realçou Putin, que recordou "a experiência" no Afeganistão da União Soviética, que invadiu o país em 1979 e o abandonou em 1989, guerra considerada como um dos fatores que contribuíram para a desintegração da União Soviética.
Os talibãs passaram a controlar Cabul no dia 15 de agosto, concluindo uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO.
As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista (1996-2001), que acolhia no seu território o líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.
A tomada da capital põe fim a uma presença militar estrangeira de 20 anos no Afeganistão, dos Estados Unidos e dos seus aliados na NATO, incluindo Portugal.
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