O anúncio foi feito através da televisão estatal venezuelana e o relatório "Venezuela II" contém, segundo Delcy Rodríguez, dados sobre "o ataque sistemático contra a população" que a Venezuela vem denunciando, complementando um relatório já entregue ao TPI.
"Estão todos os elementos que demonstram que se cometeu um crime, mas além disso também quem cometeu o crime. Os Estados Unidos estão conscientes do dano que as sanções causam ao povo venezuelano", disse a governante.
Delcy Rodríguez explicou que a documentação dos danos causados pelas sanções internacionais começou em fevereiro de 2020 e que "está completo o ciclo para demonstrar que há causas razoáveis para afirmar que se cometeram delitos que lesam a Humanidade, contra o povo venezuelano".
Por outro lado, precisou que os EUA sustentaram as sanções em duas leis e sete decretos ou ordens executivas, recompilados no relatório, entregue dentro do prazo legal.
Explicou ainda que as ordens executivas produziram o bloqueio da indústria petrolífera, a queda drástica e severa das receitas moeda estrangeira do país, o despojo de mais de 31 toneladas de ouro venezuelano que está em Inglaterra e o bloqueio de mais de 7.000 milhões de dólares (5.952 mil milhões de euros) em bancos no estrangeiro.
As sanções afetaram 192 pessoas (funcionários), 150 empresas, 10 delas estatais e 140 do setor privado, 69 embarcações, 30 barcos petrolíferos e 58 aeronaves.
Segundo Delcy Rodríguez, os "ataques" e as sanções dos EUA contra a Venezuela "têm o propósito político de derrotar um Governo (do Presidente Nicolás Maduro) não alinhado com os seus interesses, não submetido aos seus mandados".
A vice-Presidente venezuelana mostrou uma carta enviada ao Citibank pedindo o desbloqueio de 342 milhões de dólares (290,4 milhões de euros) para comprar vacinas contra a covid-19 e exibiu um gráfico sobre o Produto Interno Bruto da Venezuela que, disse, chegou a ser superior a outros países, mas caiu desde 2017 devido às "políticas de máxima pressão" contra Caracas.
A dirigente explicou que mais da metade das 15 empresas farmacêuticas transnacionais que tinham laboratórios na Venezuela abandonaram o país desde 2016 e que "as sanções ilegais afetaram o plano nacional de imunização e de vacinação" contra a covid-19.
Segundo Delcy Rodríguez a Venezuela enviou cartas ao Novo Banco (de Portugal), pedindo para usar os fundos da Venezuela para o pagamento de vacinas à Organização Panamericana da Saúde, tendo recebido como resposta que "esses recursos estavam congelados (bloqueados)".
Um gráfico mostrado pela vice-Presidente venezuelana, dá conta que as sanções afetaram a compra de alimentos, matérias-primas e proteínas, para o programa estatal de alimentação a preços subsidiados.
"Que o povo venezuelano tenha a certeza do compromisso do governo bolivariano de defender os direitos legítimos da nossa pátria, a felicidade do nosso povo e a nossa irrenunciável soberania e independência nacional", disse.
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