Afeganistão: Explosão junto ao aeroporto de Cabul

Informação foi confirmada pelo Pentágono. Há relatos de vários mortos e feridos.

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© Sayed Khodaiberdi Sadat/Anadolu Agency via Getty Images

Notícias ao Minuto
26/08/2021 14:55 ‧ 26/08/2021 por Notícias ao Minuto

Mundo

Afeganistão

Fontes oficiais confirmaram que houve uma explosão, esta quinta-feira, perto do aeroporto de Cabul, no Afeganistão, da qual resultaram vários mortos e feridos.

A CNN, que cita três fontes norte-americanas, adianta que a explosão aconteceu numa das entradas do aeroporto e que terá sido causada por um bombista suicida.

"Podemos confirmar uma explosão no exterior do aeroporto de Cabul", escreveu o porta-voz do Pentágono, John Kirby, no Twitter.

O responsável indicou, entretanto, que há vários mortos e feridos, sem precisar o número. Há relatos de que entre os feridos estão militares americanos, uma informação que carece de confirmação oficial. 

Entretanto, a embaixada dos Estados Unidos em Cabul emitiu um alerta para que os cidadãos saiam "imediatamente" das portas do aeroporto e que evitem deslocar-se até lá. O alerta refere ainda que há relatos de tiroteio. 

Notícias ao Minuto © ASVAKA NEWS/via REUTERS  

A CNN avança que o presidente dos EUA, Joe Biden, já foi informado da explosão, encontrando-se neste momento na sala de situação, juntamente com o secretário da defesa, Lloyd Austin, e o secretário de Estado Antony Blinken.

A explosão acontece momentos depois de terem sido disparados tiros para o ar no aeroporto para dispersar a multidão, o que causou pânico aos passageiros que se encontravam num avião militar italiano que descolava nesse momento.

"Ameaças terroristas"

Recorde-se que a tensão no Afeganistão está a aumentar devido a "ameaças terroristas". Estados Unidos, Reino Unido e Austrália apelaram aos cidadãos para saírem do aeroporto de Cabul  quando milhares de pessoas continuam a chegar ao aeroporto para tentar fugir do país.

Os três países emitiram avisos simultâneos, muito específicos e quase idênticos na quarta-feira à noite.

As pessoas que se encontram no aeroporto sobretudo "nas entradas leste e norte devem sair imediatamente", disse o Departamento de Estado norte-americano, citando "ameaças à segurança".

A diplomacia australiana alertou para uma "ameaça muito elevada de ataque terrorista", enquanto Londres emitiu um aviso semelhante.

"Se estiver na área do aeroporto, deixe-o para um lugar seguro e aguarde instruções adicionais. Se for capaz de sair do Afeganistão em segurança por outros meios, faça-o imediatamente", indicou o Governo britânico.

Estes avisos surgiram depois de o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, ter dito que os rebeldes talibãs se tinham comprometido a deixar partir cidadãos dos Estados Unidos e afegãos em risco e ainda no país após 31 de agosto.

"Os talibãs comprometeram-se publicamente e em privado a proporcionar e permitir a passagem segura de americanos, outros estrangeiros e afegãos em situação de risco no futuro, após 31 de agosto", afirmou o responsável, sem especificar como será organizada qualquer saída, uma vez que as forças norte-americanas deverão deixar o país até ao final do mês, prazo confirmado na terça-feira pelo Presidente dos EUA, Joe Biden.

Também a Alemanha disse, na quarta-feira, ter recebido garantias dos talibãs de que os afegãos podiam deixar o país em voos comerciais, após a retirada final das tropas norte-americanas naquela data.

O chefe adjunto do gabinete político dos talibãs no Qatar, Sher Abbas Stanekzai, "garantiu que os afegãos com documentos válidos continuarão a poder viajar em voos comerciais após 31 de agosto", escreveu, na rede social Twitter, Markus Potzel, um diplomata alemão que está a negociar com fundamentalistas islâmicos afegãos, no final de uma reunião no emirado.

A Bélgica anunciou que a retirada de cidadãos e afegãos, sob proteção belga, terminou na quarta-feira à noite, e a França avisou que o transporte aéreo vai terminar esta noite.

Na terça-feira, numa cimeira virtual com outros líderes do G7, Biden excluiu o alargamento da presença militar norte-americana em Cabul além de 31 de agosto, citando um "sério e crescente risco de ataque" do grupo extremista Estado Islâmico (EI) ao aeroporto.

Os talibãs conquistaram Cabul em 15 de agosto, concluindo uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO.

As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista (1996-2001), que acolhia no território o líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.

A tomada da capital pôs fim a uma presença militar estrangeira de 20 anos no Afeganistão, dos Estados Unidos e aliados na NATO, incluindo Portugal.

Leia Também: Afeganistão: Que ameaça representa o grupo 'jihadista' Estado Islâmico?

 

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