Afeganistão: Sede da NATO com bandeiras dos Aliados a meia-haste
As bandeiras dos 30 países aliados da NATO, entre as quais a portuguesa, encontram-se hoje a meia haste na sede da NATO, em Bruxelas, em memória das vítimas dos ataques terroristas de quinta-feira nas imediações do aeroporto de Cabul.
Mundo Afeganistão
O anúncio da homenagem às pelo menos 95 vítimas mortais dos atentados reivindicado pelo braço afegão do grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI), entre as quais 13 militares norte-americanos, foi feito pelo próprio secretário-geral da Aliança Atlântica, Jens Stoltenberg, na sua conta oficial na rede social Twitter.
"As bandeiras de todos os 30 aliados estão a esvoaçar a meia haste na sede da NATO após o terrível ataque terrorista no exterior do aeroporto de Cabul. Lamentamos todas as vítimas", escreveu, acrescentando que a Aliança Atlântica presta sentida homenagem aos militares norte-americanos "que perderam a vida a levar outras pessoas para um lugar seguro".
The flags of all 30 Allies are flying at half-mast at #NATO Headquarters following the appalling terrorist attack outside #Kabul airport. We mourn all the victims. We honour the U.S. personnel who lost their lives getting others to safety – they will never be forgotten. pic.twitter.com/2jMPrWg5Ta
— Jens Stoltenberg (@jensstoltenberg) August 27, 2021
"Nunca serão esquecidos", conclui Stoltenberg.
Na quinta-feira, dois bombistas suicidas fizeram-se explodir junto a uma das entradas do aeroporto e de um hotel, provocando pelo menos 95 mortos, incluindo 13 militares norte-americanos. Os talibãs, que também têm estado na zona do aeroporto em operações de controlo, dizem que perderam 28 homens no duplo ataque.
Os atentados foram reivindicados pelo Estado Islâmico da Província de Khorasan (ISKP, na sigla em inglês), um braço afegão do grupo terrorista também conhecido por Daesh, um acrónimo do seu nome árabe.
Desde que os talibãs derrubaram o Presidente Ashraf Ghani, em 15 de agosto, os governos de vários países intensificaram esforços para retirar do Afeganistão os seus nacionais e colaboradores afegãos, tendo a operação de evacuação permitido retirar mais de 100 mil pessoas do Afeganistão desde 14 de agosto, de acordo com números divulgados pelos Estados Unidos, mas muitos milhares de afegãos continuam a concentrar-se no exterior do aeroporto de Cabul na esperança de fugir do país.
O prazo para a retirada dos militares dos EUA e dos seus aliados termina na próxima terça-feira, 31 de agosto, data que marca o fim de uma presença de 20 anos das forças norte-americanas e dos seus aliados da NATO no Afeganistão.
As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista (1996-2001), que acolhia no território o líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, na sequência dos quais a NATO ativou, pela primeira vez, o artigo 5º, de defesa mútua, levando à participação na operação de forças de vários membros da Aliança, entre os quais Portugal.
Na quinta-feira à noite chegaram a Portugal os últimos quatro militares portugueses que ainda se encontravam no Afeganistão, destacados para o aeroporto de Cabul, anunciou hoje o ministro da Defesa, em declarações à Lusa.
"Já saíram de Cabul, estão a fazer o caminho de regresso a Portugal e correu tudo muito bem. As circunstâncias foram extremamente difíceis, mas os objetivos foram inteiramente atingidos", afirmou João Gomes Cravinho.
Segundo o ministro da Defesa Nacional, os militares portugueses retiraram 58 cidadãos afegãos, incluindo intérpretes e tradutores, assim como os seus familiares, que colaboraram com as Forças Nacionais Destacadas (FND) portuguesas, e que deverão chegar a Portugal entre "hoje e amanhã, e eventualmente também domingo".
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