Cerca de 20.000 afegãos estão no limbo no Paquistão depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter suspendido em janeiro os programas de refugiados dos Estados Unidos.
Dezenas de milhares de afegãos fugiram do domínio talibã e foram aprovados para recolocação nos EUA através de um programa de apoio a pessoas em risco devido ao trabalho com a administração norte-americana, meios de comunicação social, agências de ajuda e grupos de direitos humanos.
Porém, pouco depois de chegar ao poder, a administração de Trump anunciou que o Programa de Admissão de Refugiados dos EUA seria suspenso a partir de 27 de janeiro por pelo menos três meses.
Na semana passada, o primeiro-ministro paquistanês, Shehbaz Sharif, decidiu que refugiados afegãos seriam deportados caso os países que prometeram recebê-los não avancem rapidamente nos processos, segundo dois oficiais de segurança, que falaram à Associated Press sob condição de anonimato, por falta de autorização para comentarem oficialmente a questão.
Estas fontes acrescentaram que os afegãos que aguardam reinstalação no estrangeiro seriam expulsos da capital, Islamabad, e da cidade vizinha de Rawalpindi.
Caso avancem os processos, o Paquistão vai coordenar-se com as missões diplomáticas estrangeiras para recolocar estes afegãos, que seriam repatriados se não existir recolocação.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Paquistão ainda não comentou.
No mês passado, a diplomacia paquistanesa afirmou que os afegãos que aguardam recolocação deveriam ter deixado o país até setembro.
Há cerca de 1,45 milhões de refugiados afegãos que se encontram legalmente no Paquistão e a sua permanência foi prolongada até junho, segundo os dois funcionários.
O Paquistão vai continuar a reprimir os estrangeiros que se encontram ilegalmente no país, acrescentaram as fontes.
Estima-se que 800.000 afegãos tenham regressado voluntariamente ou sido deportados desde 2023, apesar das críticas das agências da ONU, dos grupos de defesa dos direitos humanos e dos talibãs.
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