"Com a rápida retirada das forças norte-americanas responsáveis pela segurança no aeroporto de Cabul confirmada a curto prazo, e com as condições de segurança já não satisfeitas no aeroporto, as nossas operações de evacuação terminaram na sexta-feira, 27 de agosto", lê-se num comunicado emitido na noite de sexta-feira em Paris pelos ministérios dos Negócios Estrangeiros e da Defesa.
No texto, o governo francês explica que desde 15 de agosto tem estado a conduzir operações de evacuação de Cabul, com o apoio dos norte-americanos, para cidadãos franceses, de outros países e, principalmente, afegãos com "ligações à França ou ao seu compromisso com os valores que partilhamos".
Para além das quase 3.000 pessoas que foram retiradas do país "em circunstâncias excecionalmente difíceis", o governo dá ainda conta de mais quase 1.500 afegãos que também saíram do Afeganistão rumo a França "antes de 15 de Agosto, em antecipação da crise atual".
No comunicado, lê-se ainda que "a França estará sempre ao lado do povo afegão" e conclui-se: "A França continuará, por todos os meios possíveis, o seu trabalho para proteger aqueles que são ameaçados e, para tal, continuaremos os nossos esforços junto dos líderes talibãs para garantir que não impedirão a partida daqueles que desejem partir após 31 de agosto".
Os talibãs conquistaram o poder no Afeganistão em 15 de agosto, após uma ofensiva que intensificaram em maio, com o início da retirada das forças dos Estados Unidos e dos seus aliados.
A retirada das forças dos Estados Unidos tem de estar concluída até à próxima terça-feira, 31 de agosto, um prazo confirmado pelo Presidente norte-americano, Joe Biden, na quinta-feira.
Desde o seu regresso ao poder, os talibãs têm tentado apresentar uma imagem aberta e moderada, mas muitos afegãos receiam que recuperem o regime fundamentalista e violento com que governaram entre 1996 e 2001.
Milhares de afegãos têm afluído diariamente ao aeroporto de Cabul desde 15 de agosto, e as forças internacionais já retiraram do país mais de 100.00 pessoas desde então.
Na quinta-feira, um duplo ataque terrorista nas imediações do aeroporto provocou pelo menos 95 mortos, entre os quais 13 militares norte-americanos, e 150 feridos.
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