Myanmar: Enviado especial da China dialogou com líder da junta militar
Um enviado especial do Governo chinês fez uma visita de uma semana a Myanmar (antiga Birmânia) e encontrou-se com o líder da junta militar que governa o país desde o golpe de Estado de fevereiro.
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A informação foi dada esta terça-feira à noite pela embaixada chinesa em Rangum, na qual se adiantou que o enviado Sun Guoxiang e o general Min Aung Hlaing trocaram pontos de vista sobre a situação política do país e a pandemia da covid-19 durante a visita entre 21 e 28 de agosto, que foi mantida em segredo até agora.
A embaixada salientou que a China apoia os "esforços" de Myanmar para restaurar a estabilidade social e retomar a "transformação democrática" em breve.
A missão diplomática manifestou apoio ao consenso de cinco pontos alcançado entre Myanmar e os outros membros da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), que inclui o compromisso da junta de pôr fim à violência contra civis e o envio de um mediador.
O país tem estado numa crise profunda desde o golpe de Estado de 01 de fevereiro, rejeitado por uma grande parte da sociedade birmanesa.
A comunidade internacional, como a UE, os EUA e o Reino Unido, anunciou sanções nos últimos meses contra a junta militar, cuja brutal repressão custou a vida a mais de mil pessoas.
A China e a Rússia tornaram-se os únicos pontos de apoio da junta militar e bloquearam as tentativas do Conselho de Segurança da ONU de impor um embargo de armas.
Embora a resistência à junta militar fosse inicialmente pacífica, a contestação civil é agora também armada, apesar da falta de conhecimento militar por parte da oposição.
O exército birmanês justifica o golpe com base numa alegada fraude eleitoral nas eleições de novembro passado, que o partido da líder deposta, Aung San Suu Kyi, venceu, como já acontecera em 2015, num escrutínio considerado legítimo pelos observadores internacionais.
A Nobel da Paz (1991) está sob custódia das autoridades birmanesas desde as primeiras horas do golpe de Estado militar de 01 de fevereiro deste ano, tendo sido acusada de vários crimes.
No processo que está a decorrer no tribunal da capital birmanesa, a política de 76 anos é acusada de incitação ao ódio, de uma alegada importação ilegal de aparelhos eletrónicos e de violação das normas contra a propagação da pandemia de covid-19.
Suu Kyi, que permanece detida num local desconhecido após ter passado várias semanas em prisão domiciliária, também enfrenta uma acusação por violação de informações secretas, processo que está a decorrer em outro tribunal em Rangum.
Neste caso concreto, Aung San Suu Kyi pode incorrer numa pena de prisão até 14 anos.
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