Imprensa chinesa acusa Kovrig de reunir "informações confidenciais"

O canadiano Michael Kovrig, que a justiça chinesa considerou culpado de roubar segredos de Estado, mas cujo veredicto ainda é desconhecido, terá "reunido grande quantidade de informações confidenciais relacionadas com segurança nacional da China", segundo a imprensa oficial.

Notícia

© International Crisis Group

Lusa
02/09/2021 12:32 ‧ 02/09/2021 por Lusa

Mundo

China

 

A detenção de Kovrig é considerada uma retaliação pela prisão, em Vancouver, de uma executiva do grupo chinês Huawei.

Fonte citada pelo Global Times, jornal oficial do Partido Comunista da China, indicou que Kovrig se fez passar por um empresário para entrar na China, entre 2017 e 2018.

"Em Pequim, Xangai, Jilin e, em outros lugares, Kovrig reuniu, através dos seus parceiros, uma grande quantidade de informações confidenciais, relacionadas com a segurança nacional da China, sobre as quais escreveu relatórios de análise", acusou o jornal.

A mesma fonte, que o Global Times diz ser "próxima do assunto", afirmou que o "[também canadiano Michael) Spavor foi um informador-chave de (...) Kovrig, a quem prestou informações durante um longo período" de tempo.

Spavor, antigo diplomata do Canadá, foi sentenciado, no mês passado, a 11 anos de prisão na China por "fornecer segredos de Estado" a forças estrangeiras. De acordo com a fonte citada pelo Global Times, ele terá fotografado "segredos de Estado de segundo nível".

"Foi descoberto que (Spavor) tirou fotos e fez vídeos de equipamento militar chinês em várias ocasiões e forneceu ilegalmente algumas dessas fotos a pessoas fora da China", apontou o jornal.

A sentença de Spavor gerou críticas entre a comunidade internacional. O veredicto do tribunal chinês ocorreu na mesma altura em que a diretora financeira da Huawei, Meng Wanzhou, foi julgada no Canadá, e um dia após outro cidadão canadiano ter sido condenado a pena de morte na China por tráfico de droga.

Kovrig é um antigo diplomata que, no momento da detenção, trabalhava para a unidade de investigação Crisis Group, enquanto Spavor é um empresário especializado em negócios com a Coreia do Norte.

Ambos foram presos na China, em dezembro de 2018, dias depois da detenção, no Canadá de Meng Wanzhou, na sequência de um pedido de extradição feito por Washington a Otava, após acusá-la de fraude bancária por ter violado as sanções contra o Irão.

Meng, filha do fundador da Huawei, fazia escala no Canadá a caminho do México e as audições do seu caso foram concluídas no mês passado, mas o veredicto ainda deve demorar vários meses.

A executiva da Huawei está em liberdade condicional e vive com a sua família numa das duas mansões que possui em Vancouver.

Os "Michaels" (como são popularmente conhecidos Kovrig e Spavor) permanecem em isolamento, com visitas limitadas de pessoal consular canadiano.

Leia Também: China alerta EUA: Más relações podem afetar cooperação no âmbito do clima

 

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas