Esta operação de evacuação "permite a 49 dos nossos compatriotas e seus familiares viajarem para o Qatar", anunciou o Ministério dos Negócios Estrangeiros, num comunicado, agradecendo às autoridades de Doha pela sua "ajuda decisiva".
Adianta que o grupo será depois conduzido a Paris num voo fretado pelo governo.
O executivo francês continua "totalmente mobilizado para garantir novas retiradas, o mais rápido possível", de cidadãos franceses ou de afegãos ameaçados pelos talibãs, indicou o Quai d'Orsay.
Na quinta-feira, realizou-se um primeiro voo internacional de passageiros entre Cabul e o Qatar, com uma centena de pessoas, incluindo 11 norte-americanos e 10 residentes permanentes nos Estados Unidos, 43 canadianos e 12 holandeses.
A partida hoje de um segundo voo de retirada de pessoas mostra que o aeroporto, que foi saqueado no final de agosto, está perto de poder reabrir para voos comerciais, graças em particular aos esforços do Qatar, segundo a agência France-Presse.
O anúncio do recomeço dos voos atraiu hoje alguns afegãos aos arredores do aeroporto.
O porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, disse que os Estados Unidos gostariam de "ver mais voos deste tipo", depois de terem deixado para trás muitos afegãos que trabalharam para Washington, nas últimas duas décadas.
A Casa Branca reconheceu, na quinta-feira, que os talibãs "mostraram flexibilidade" até agora nesta questão.
Os Estados Unidos retiraram cerca de 123.000 pessoas, principalmente afegãos que temiam represálias dos talibãs, desde que o movimento extremista tomou Cabul a 15 de agosto e o final do mês, quando terminou a retirada das forças norte-americanas do Afeganistão. Mas as autoridades norte-americanas reconhecem que ainda há muita gente para retirar.
Os talibãs conquistaram Cabul culminando uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO.
As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada por Washington contra o regime extremista (1996-2001), que acolhia no seu território o líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, instigador dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, cujo 20.º aniversário se assinala no sábado.
Leia Também: Afeganistão: 93% das famílias não tem o suficiente para comer, diz ONU