Num comunicado divulgado hoje, Taur Matan Ruak recorda que foi durante os dois mandatos do antigo Presidente português (entre 1996 e 2006), que "o mundo acordou para a repressão Indonésia", e salienta que Jorge Sampaio "sempre aproveitou todos os palcos internacionais para exercer fervoroso apoio e ativismo em favor da causa timorense na sua luta pelo direito à autodeterminação e independência".
"Sampaio entrou para a história como o Presidente que muito contribuiu para a Restauração da Independência Nacional, da qual foi testemunha como convidado de honra na cerimónia que se realizou no dia 20 de Maio de 2002, em Díli, Timor-Leste", recorda o chefe de governo.
Por isso, "o ex-presidente Jorge Sampaio será lembrado no mundo como uma figura maior de causas e de liberdade e reconhecido como um grande amigo de Timor-Leste e dos timorenses", sublinha.
Em nome do VIII Governo Constitucional timorense, e em seu nome pessoal, Taur Matan Ruak enviou "profundas condolências aos familiares, colegas e amigos do saudoso ex-Presidente da República Portuguesa", considerando que "as palavras são parcas nos tempos de dor e de tristeza, quando se perde um amigo muito querido".
O antigo Presidente da República Jorge Sampaio morreu hoje aos 81 anos, no hospital de Santa Cruz, em Lisboa.
Antes do 25 de Abril de 1974, foi um dos protagonistas da crise académica do princípio dos anos 60, que gerou um longo e generalizado movimento de contestação estudantil ao Estado Novo, tendo, como advogado, defendido presos políticos durante a ditadura.
Jorge Sampaio foi secretário-geral do PS (1989-1992), presidente da Câmara Municipal de Lisboa (1990-1995) e Presidente da República (1996 e 2006).
Após a passagem pela Presidência da República, foi nomeado em 2006 pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas enviado especial para a Luta contra a Tuberculose e, entre 2007 e 2013, foi alto representante da ONU para a Aliança das Civilizações.
Atualmente presidia à Plataforma Global para os Estudantes Sírios, fundada por si em 2013 com o objetivo de contribuir para dar resposta à emergência académica que o conflito na Síria criara, deixando milhares de jovens sem acesso à educação.
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