Um total de 106.000 pessoas que vivem na capital do país, Juba, a cidade noroeste de Wau e num condado, em Bor, no centro do Sudão, serão afetadas, disse o PAM, acrescentando que precisava de 154 milhões de dólares (131 milhões de euros) para evitar novos cortes neste apoio.
"Os tempos difíceis exigem medidas drásticas. Somos obrigados a tomar estas decisões dolorosas e a esticar os nossos recursos limitados para satisfazer as necessidades críticas das pessoas à beira da fome", afirmou o diretor nacional do PAM, Matthew Hollingworth, numa declaração.
"Se os níveis de financiamento continuarem a diminuir, poderemos não ter outra escolha senão fazer mais cortes à medida que as necessidades das comunidades vulneráveis continuarem a ultrapassar os recursos disponíveis", referiu.
O anúncio surge pouco depois de o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês) ter relatado que 380.000 pessoas tinham sido afetadas por fortes inundações, que atingiram terras agrícolas, submergiram casas e deslocaram famílias no país mais pobre do mundo.
No mês passado, o OCHA alertou para uma falha de financiamento, dizendo ter recebido apenas 54% dos 1,7 mil milhões de dólares necessários para financiar os seus programas no país.
Mais de 82% dos 11 milhões de pessoas do país vivem abaixo do limiar da pobreza, segundo o Banco Mundial, e 60% da população sofre de fome provocada por conflitos, secas e inundações.
Desde que obteve a independência do Sudão, em 2011, o país mais jovem do mundo tem sido flagelado por uma crise económica e política crónica e está numa luta para recuperar da guerra civil, que deixou quase 400.000 mortos e quatro milhões de deslocados entre 2013 e 2018.
Ao abrigo de um acordo de paz de 2018, Salva Kiir e Riek Machar, adversários durante a guerra civil, participam agora num governo de unidade nacional, o primeiro como Presidente e o segundo como vice-presidente.
Mas este governo está sob constante ameaça de lutas pelo poder que estão a atrasar a implementação do acordo de paz e a alimentar a violência e a crise económica.
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