Segundo Ahmad Ramadhan, porta-voz da polícia indonésia, Abu Rusdan foi detido na sexta-feira em Bekasi, perto da capital, Jacarta, juntamente com três outros alegados membros do grupo 'Jemaah Islamiyah'.
"[Rusdan] é atualmente conhecido por ser ativo entre a liderança da rede ilegal 'Jemaah Islamiyah'", disse Ramadhan à agência noticiosa Associated Press (AP).
As autoridades indonésias consideram Rusdan uma figura-chave no 'Jemaah Islamiyah', que os Estados Unidos designaram como grupo terrorista.
A rede opera no sudeste asiático e é amplamente responsabilizada por ataques nas Filipinas e na Indonésia - incluindo os atentados à bomba de 2002 na ilha turística de Bali, na Indonésia, que mataram 202 pessoas, a maioria dos quais turistas.
Ramadhan descreveu as detenções como parte de uma investigação nacional mais ampla.
A polícia ainda está também a procurar outros membros suspeitos, seguindo dicas de que o grupo estava a recrutar e a treinar novos operacionais na Indonésia.
Nascido em Java Central, Rusdan, de 61 anos, foi condenado à prisão em 2003 por abrigar Ali Ghufron, um militante que foi, mais tarde, condenado e executado pelos atentados à bomba em Bali.
Após ser libertado, em 2006, Rusdan viajou pela Indonésia para proferir discursos e sermões inflamados que receberam dezenas de milhares de visualizações no YouTube.
Num sermão gravado, considerou o Afeganistão como a "terra da 'jihad'", referindo-se ao país onde recebeu treino com elementos de outros grupos militantes.
Nas últimas semanas, a unidade de contraterrorismo da polícia da Indonésia, conhecida por Densus 88, deteve 53 alegados membros do 'Jemaah Islamiyah' em 11 províncias.
Em 2008, um tribunal indonésio ilegalizou o grupo.
Sucessivas operações e investigações, apoiadas pelas forças de segurança do país, que, por seu lado, foram sustentadas pelos Estados unidos e Austrália, ajudaram a enfraquecer a rede terrorista.
Numa declaração em vídeo no início deste mês, o porta-voz da Agência Nacional de Informações da Indonésia, Wawan Hari Purwanto, disse que, após a conquista do Afeganistão pelos talibãs, as autoridades intensificaram os esforços de deteção precoce e de prevenção, "especialmente contra grupos terroristas que têm ligações às redes e ideologias talibãs".
As operações de contraterrorismo da Indonésia já estão em andamento há meses e, em 2020, as autoridades indonésias referiram terem capturado dezenas de militantes e alegados membros do 'Jemaah', incluindo o líder militar, Zulkarnaen, procurado há mais de 18 anos.
Nos últimos anos, os ataques contra estrangeiros na Indonésia foram amplamente substituídos por ataques de menor intensidade e menos mortais.
Os ataques visam sobretudo instituições governamentais, como elementos da polícia e das forças de segurança, inspirados por táticas de grupos do Estado Islâmico noutros países.
Leia Também: Estado Islâmico e Al Qaeda ganham influência em África em 2021