O jornal The Intercept teve acesso a documentos que revelam que o Wuhan Institute of Virology, o Wuhan University Center for Animal Experiment, assim como a organização sem fins lucrativos norte-americana EcoHealth Alliance uniram-se numa “pesquisa preocupante”, tornando os vírus mais patogénicos ou transmissíveis para estudá-los.
De acordo com a mesma publicação o dinheiro desta “polémica experiência” vem do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA, chefiado por Anthony Fauci.
Apesar disso, de acordo com vários investigadores, esta prática não é a responsável pela pandemia que vivemos desde 2020. Nenhum dos vírus listados nas descrições da experiência está relacionado com o SARS-CoV-2, o vírus que causa a Covid-19, nem podia ter evoluído para ele.
Ainda assim, os cientistas mostram-se preocupados por estas experiências terem colocado em causa a biossegurança e destacam a falta de supervisão nas pesquisas. Outra das questões levantadas é o facto de algumas informações não terem sido divulgadas publicamente.
“Como virologista, pessoalmente, acho que criar quimeras de coronavírus de morcegos relacionados com o SARS, que são considerados de alto risco para os humanos, envolve riscos inaceitáveis”, explicou Jesse Bloom, que estuda a evolução dos vírus no Fred Hutchinson Cancer Reserach Center.
A divulgação destas experiências, da China e EUA, levanta também questões sobre as afirmações de Anthony Fauci e de Francis Collins, diretor do National Institutes of Health, de que os projetos financiados não envolviam este tipo de pesquisas.
Apesar disso, os documentos a que o The Intercept teve acesso, não revelam se Anthony Fauci tinham conhecimento destas experiências.
Leia Também: Paciente zero da Covid-19 pode ter sido funcionário de laboratório chinês