A sondagem do Instituto Datafolha, realizada entre os dias 13 e 15 com 3.667 pessoas, destacou que a desconfiança da população brasileira em relação ao executivo, legislativo e judiciário cresceu consideravelmente, assim como em outras instituições, como Ministério Público, imprensa e partidos políticos.
O levantamento mostrou que 50% dos entrevistados disseram "não confiar" na Presidência da República, face a 31% que afirmaram o mesmo na pesquisa realizada em julho de 2019.
Outros 33% disseram "confiar pouco" no executivo, enquanto 16% "confiam muito".
Da mesma forma, a desconfiança dos brasileiros no Supremo Tribunal Federal (STF) aumentou, de 33% em 2019 para 38% nesta mais recente sondagem, cuja margem de erro é de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.
No entanto, o maior grau de desconfiança da população foi registado no Congresso Nacional - no qual 49% dos cidadãos disseram não confiar, ante 45% em 2019 - e nos partidos políticos, que têm o repúdio de 61% dos entrevistados, em comparação com 58% há dois anos.
A sondagem do Datafolha também mostrou que a maioria dos entrevistados confia no Ministério Público e no sistema judiciário, embora o nível de desconfiança em ambas as instituições também tenha aumentado.
Assim, 15% dos brasileiros disseram confiar muito no Ministério Público Federal e 53% confiam pouco, enquanto 30% não confiam em absoluto, contra 23% que não confiavam em 2019. O judiciário tem níveis de confiabilidade semelhantes.
Já a desconfiança dos cidadãos nas redes sociais saltou de 46% em 2019 para 53% agora, enquanto a desconfiança com a imprensa passou de 30% há dois anos para 32%.
Por outro lado, as Forças Armadas permanecem no topo do ranking de confiança popular brasileira, com 76% entre os que confiam muito e pouco na instituição, apesar de a desconfiança (22%) atingir o seu maior nível desde início da série histórica, em 2017.
Os dados refletem a crise política e institucional em que o Brasil está imerso e que foi agravada em 07 de setembro com a participação de Jair Bolsonaro em manifestações com milhares de pessoas nas quais o próprio Presidente incentivou seguidores a desobedecerem a ordens do Supremo Tribunal Federal ou a decisões do Congresso contrárias aos seus interesses.
Leia Também: Covid-19. Mais 648 mortes e 24.611 novos casos no Brasil