Greve climática leva milhares às ruas em várias cidades europeias
Manifestações pedindo ação política para fazer face às alterações climáticas decorreram hoje em várias cidades europeias, sobretudo alemãs, além de um protesto de ativistas que bloquearam o porto britânico de Dover a requerer intervenção policial.
© Getty Images
Mundo Clima
Em dia de greve climática estudantil promovida pelo movimento Fridays for Future, outro movimento, o Insulate Britain tomou ações mais radicais e bloqueou o acesso ao porto de 'ferrys' de Dover, no sul de Inglaterra, levando a polícia a intervir e a deter 29 ativistas.
O pretexto para a ação, semelhante a outras iniciativas levadas a cabo nos arredores da capital britânica nos últimos dias, foi reclamar melhor isolamento das habitações e protestar contra a pobreza energética no Reino Unido.
O bloqueio começou de manhã, mas a meio do dia ainda se estava a retomar lentamente o fluxo de entradas e saídas do porto, um dos principais pontos de entrada de mercadorias provenientes de países da União Europeia.
A ativista sueca que inspirou em 2018 o movimento global de greves estudantis, Greta Thunberg, esteve em Berlim a encorajar os milhares de manifestantes - 20 mil, segundo números da polícia - em frente ao parlamento alemão para que votem mas para que não deixem de estar na rua, considerando que os partidos políticos não estão a fazer tudo o que deviam pelo clima.
As manifestações em Berlim, Colónia e outras cidades alemãs aconteceram na antevéspera de eleições legislativas no país, em que os temas ambientais são prioridade para os principais candidatos à sucessão da democrata-cristã Angela Merkel como chanceler.
No oeste da Alemanha, na cidade de Unna, dois jovens de um grupo que começou por ser de sete continuam em greve de fome e ameaçaram começar a deixar de ingerir líquidos até que o candidato social-democrata, Olaf Scholz, declare que a Alemanha, afetada por graves cheias que causaram 180 mortes este verão, está em estado de emergência climática.
Em Praga, capital da República Checa, centenas de estudantes e ativistas manifestaram-se também gritando que é "agora ou nunca" que se contém o aquecimento global e exibindo cartazes e faixas pedindo "Justiça climática" e "um planeta saudável para as crianças".
Com ações marcadas para cerca de 70 países, incluindo Portugal, onde aconteceram concentrações em 14 localidades, a greve climática mobilizou também vários grupos de jovens em cidades da Índia, que pediram aos políticos que tenham mais ambição para reduzir as emissões de gases que provocam o efeito de estufa e se comprometam com ações concretas.
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