Libertados dois canadianos detidos na China desde 2018

O Governo do Candá anunciou sexta-feira que os dois canadianos detidos na China desde dezembro de 2018 como retaliação pela detenção de Meng Wanzhou, a principal responsável financeira da Huawei, foram libertados por Pequim.

Notícia

© LARS HAGBERG/AFP via Getty Images

Lusa
25/09/2021 03:13 ‧ 25/09/2021 por Lusa

Mundo

Canadá

O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, anunciou na sexta-feira à noite que Michael Spavor e Michael Kovrig foram libertados pelas autoridades chinesas e estão agora a caminho do Canadá.

A libertação dos "dois Michaels", como são popularmente conhecidos, que tinham sido condenados por espionagem na China, ocorre poucas horas depois de Meng ter sido libertado no Canadá após ter chegado a um acordo com o Governo dos EUA, que a tinha acusado de fraude bancária para escapar às sanções impostas ao Irão por Washington.

A justiça dos EUA aceitou o acordo entre o Departamento da Justiça e a Huawei, que vai permitir à filha do fundador e diretora financeira do conglomerado chinês de telecomunicações regressar à China.

Uma juíza do tribunal federal de Brooklyn "aceitou" o acordo entre o Departamento da Justiça dos EUA e os advogados de Meng Wanzhou, que está no Canadá em detenção domiciliária há três anos e que a justiça dos EUA queria que fosse extraditada para a julgar no seu solo.

Em causa estavam acusações de mentira para contornar as sanções dos EUA ao Irão, o que lhe poderia determinar uma condenação a 30 anos de cadeia nos EUA.

Durante a anterior presidência norte-americana, Meng foi acusada de ter mentido para enganar bancos sobre as relações empresariais com o Irão e de ter coberto, através de uma empresa de Hong Kong, a Skycom, a venda de equipamento ao regime de Teerão, em violação das sanções norte-americanas.

O acordo alcançado designa-se por acusação diferida, no qual o acusado concorda com algumas condições em troca do que o Departamento de Justiça pode deixar cair o caso.

Reid Weingarten, um dos advogados de Meng, confirmou em mensagem de correio eletrónico a existência do acordo, mas não avançou detalhes, em particular sobre aquelas condições.

Mas sabe-se que o acordo contempla o adiamento até ao final de 2022 da eventual apresentação de acusações por "fraude bancária".

Um representante do Departamento de Justiça propôs ao tribunal nova-iorquino o "adiamento", até 01 de dezembro de 2022, quatro anos depois da deteção de Meng Wanzhou no Canadá, das acusações feitas no final de 2018 contra a dirigente da Huawei, designadamente por "conspiração" para cometer uma "fraude bancária".

Se o acordo não for contestado ou rompido até àquela data, as acusações caem, segundo o representante do Departamento de Justiça.

Com a aceitação dos termos do acordo, acabam três anos de batalha judicial e diplomática entre Pequim, Washington e Otava.

Leia Também: Canadá. Igreja Católica pede desculpa a indígenas por abusos em escolas

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas