"Os Verdes e o FDP (liberais) conseguiram um aumento considerável dos votos e é por isso que vamos tentar uma coligação com esses partidos", disse Scholz aos jornalistas na sede nacional do partido em Berlim.
"Nós queremos começar as conversações no sentido da formação do Governo, o mais rápido possível", acrescentou Olaf Scholz, vice-chanceler e ministro das Finanças do Governo de coligação que continua em funções até que seja constituído o próximo executivo.
"O que é evidente para nós é que fomos mandatados para formarmos Governo", sublinhou o líder social democrata, referindo-se ao resultado alcançado nas eleições de domingo.
De acordo com a contagem dos votos, o SPD conseguiu 25,7% dos votos, o melhor resultado desde a eleição de Gerard Schroder, mas, mesmo assim, vai precisar necessariamente de uma coligação de pelo menos três partidos para poder governar.
A CDU-CSU sofreu a pior derrota desde 1949, alcançando apenas 24,1% dos votos, o que corresponde a uma queda de 9% em comparação com as legislativas de 2017.
Atrás do SPD e da CDU, que governam alternadamente o país desde 1949, juntas ou como forças coligadas, estão os Verdes com 14,8% dos votos e os liberais do FDP com 11,5%.
Hoje Olaf Scholz desdramatizou as questões relacionadas com "incertezas políticas" que podem ser provocadas pela demora na formação do primeiro Governo depois da "era Merkel", respondendo que as negociações para a formação de coligações são uma tradição política do país que tem a economia mais forte da Europa.
"Vamos ser rápidos. Vamos conseguir um Governo antes do Natal", disse Scholz.
Questionado, em concreto sobre os democratas cristãos, Scholz disse que "os alemães demonstraram nas urnas que querem a CDU na oposição", afastando desta forma, pelo menos de momento, contactos com Armin Laschet, líder democrata cristão.
Na conferência de imprensa, Scholz reiterou que, "como próximo chanceler" da Alemanha, quer fortalecer o bloco europeu e a Aliança Atlântica.
No passado sábado, durante o último dia de campanha eleitoral, Olaf Scholz disse à Lusa que vai continuar a trabalhar de "forma dura" no sentido de promover uma Europa "soberana" assim como se comprometeu a apoiar a parceria transatlântica (com os Estados Unidos) e fortalecer a cooperação com a NATO, tendo afirmado que deseja manter a "boa cooperação" com os países do sul da Europa, nomeadamente com Portugal.
Atualmente, o parlamento federal alemão tem 709 deputados, tratando-se do segundo maior órgão legislativo do mundo em número de representantes, a seguir à Assembleia Nacional Popular da República Popular da China, e, de acordo com as previsões, pode vir a aumentar o número de parlamentares.
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