"Enquanto não aceitarem os seus compatriotas [expulsos de França], nós não aceitaremos os seus" [vistos, daqueles que querem entrar em França], disse o ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, à televisão francesa BFM.
A França age assim, acrescentou o ministro francês, "porque uma parte dos argelinos, tunisinos e marroquinos que estão em solo francês não são aceites por esses países, ou porque são radicais islâmicos ou porque são criminosos".
A decisão foi divulgada na terça-feira, embora a diminuição progressiva da concessão de vistos a alguns países do Magrebe não seja propriamente uma novidade.
Em 2019 foram atribuídos "centenas de milhares" de vistos, segundo o ministro francês, e em 2020, embora o impacto da pandemia de covid-19 também tenha de ser levado em consideração, o número caiu para dezenas de milhares.
De acordo com a rádio Europe 1, entre janeiro e julho deste ano a justiça francesa ordenou a expulsão de 7.731 argelinos em situação irregular, mas apenas 0,2% puderam ser enviados porque a Argélia se recusou a dar as autorizações consulares necessárias.
No caso do Marrocos, das 3.301 expulsões expedidas pelos tribunais franceses, só 2,4% foram realizadas e na Tunísia, apenas 4% das 3.424 expulsões.
A França também quer aliviar o procedimento administrativo porque o prazo que decorre entre a ordem do Governo e a decisão judicial pode demorar entre um ano e meio e dois anos devido aos diferentes recursos possíveis.
O país, que assumirá a presidência rotativa do Conselho da União Europeia (UE) de janeiro a junho de 2022, também quer que a política de vistos na Europa seja uniforme em todos os países.
"Devemos ter a mesma política de visto [na UE], ou o máximo possível diante de outros Estados, porque se não [houver esta convergência], irão brincar com as nossas diferenças", disse Darmanin.