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Agressões a pessoas escravizadas no Mali causam um morto e seis feridos

Um jovem, mantido sob escravatura hereditária no oeste do Mali, foi morto e outras seis pessoas feridas durante violências imputadas esta semana aos que se consideram seus donos, informaram hoje várias testemunhas.

Agressões a pessoas escravizadas no Mali causam um morto e seis feridos
Notícias ao Minuto

23:59 - 01/10/21 por Lusa

Mundo Mali

Estes factos trazem para a luz do dia a realidade da escravatura dita hereditária, que persiste em várias regiões do Mali, apesar da abolição oficial da escravatura em 1905.

Subsistência da captura de pessoas que acontecia antes da colonização, há seres humanos ou grupos que são considerados escravos desde que nascem, com a sua condição a ser transmitida por via hereditária.

Violências contra estas pessoas provocaram desde 28 de setembro provocaram a morte a um jovem em Tamora, na região de Kayes, a alguns quilómetros da fronteira com o Senegal.

"Houve sete feridos, mas, esta manhã (de sexta-feira), o jovem Diago Cissé sucumbiu aos ferimentos", disse outro jovem, Boudala Touré, habitante de Tamora, contactado pela AFP.

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram jovens amarrados e agredidos por v+arrias pessoas, que ostentavam paus e armas brancas.

"Queremos libertar-nos, mas não é fácil", disse Yara Coulibaly, da Associação contra a Dominação e a Escravatura, à AFP.

Os vídeos, afirmou, mostram "represálias organizadas pelos chefes de aldeia e os ditos nobres", os quais, acrescentou, "atacam os nossos pais porque organizaram festas e celebrações populares".

Outro habitante da aldeia, Mamadi Kanouté, denunciou o silêncio das autoridades publicas e tradicionais

As organizações de defesa dos direitos humanos exprimiram a sua indignação.

A Comissão Nacional dos Direitos do Homem expressou a sua "mais viva preocupação" perante o que apresentou como uma "recrudescência" destes atos na região.

Por seu lado, o Movimento para a Salvaguarda dos Direitos do Homem apelou às autoridades para que "acabem com estas práticas medievais que atentam contra as liberdades fundamentais do Homem e ameaçam a estabilidade do país".

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