Clima: Economista antevê fracasso devido à falta de compromissos

Michael Jacobs, antigo conselheiro do ex-primeiro-ministro britânico Gordon Brown, afirmou hoje que será "muito difícil" à presidência britânica reivindicar um sucesso na conferência climática COP26 sem garantir a meta de conter o aquecimento global nos 1,5 graus centígrados. 

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Lusa
14/10/2021 20:49 ‧ 14/10/2021 por Lusa

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COP26

"A COP26 enfrenta um problema sério ainda antes das negociações começarem, porque sabemos que vai falhar na prioridade mais importante" de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa para atingir os objetivos da COP25 em Paris, afirmou o economista.

O Reino Unido é o anfitrião e preside, em parceria com a Itália, à 26.ª Conferência das Partes (COP) das Nações Unidas, denominada por COP26, a realizar em Glasgow, Escócia, entre 31 de outubro e 12 de novembro. 

A Conferência vai procurar por em prática as compromissos do Acordo de Paris, alcançado em 2015, de limitar o aquecimento global abaixo dos dois graus centígrados, de preferência a 1,5 graus centígrados. 

Embora a maioria dos países desenvolvidos já tenham anunciado as suas metas para a redução das emissões de dióxido de carbono, falta saber os planos da China e Índia, que juntas representam cerca de um terço do total mundial. 

"Sabemos pelos compromissos que os países já anunciaram que não estaremos próximos da trajetória de dois graus centígrados, quando mais de 1,5 graus. A China ainda poderia dar uma contribuição importante, mas não consegue fechar esse intervalo", afirmou Jacobs hoje, num 'webinar' organizado pela University College London, onde é professor convidado.

O economista também se mostrou pessimista sobre a possibilidade de os países mais desenvolvidos concretizarem a promessa de mobilizar 100 mil milhões de dólares (87 mil milhões de euros) anuais para ajudar os países vulneráveis em desenvolvimento a se adaptarem e a se protegerem do impacto das alterações climáticas. 

Mais ambicioso, referiu, é o objetivo de aumentar este valor para 500 mil milhões de dólares (431 mil milhões de euros) até 2025. 

Para compensar, Jacobs defende ser importante que líderes internacionais, que vão reunir-se em cimeira no início da Conferência, consigam demonstrar que perceberam que não estão no caminho certo e que precisam de ser mais ambiciosos nos compromissos.

"Uma maneira de fazer isso seria dizer que, em vez de esperar mais cinco anos para reforçar os compromissos, como diz o Acordo de Paris, voltaremos dentro dois ou três anos. Isso poderá ser considerado um sucesso. Não faz parte da agenda atual, mas podemos imaginar que seja proposto e mostre que os líderes perceberam que muito mais precisa de ser feito", sugeriu.

Mais de 120 líderes mundiais são esperados num encontro de alto nível nos primeiros dias da COP26, que deverá juntar cerca de 25 mil participantes, entre políticos, ativistas, especialistas e negociadores nacionais.

Leia Também: Merkel antecipa um "trabalho muito difícil" para atingir metas ambientais

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