Khalilzad deixará o cargo esta semana, depois de mais de três anos no cargo, durante os governos Trump e Biden.
O enviado especial foi publicamente criticado nos Estados Unidos por não pressionar os Talibãs suficientemente nas negociações de paz iniciadas enquanto Trump era presidente, mas o secretário de Estado, Antony Blinken, louvou hoje os seus esforços.
"Estendo minha gratidão pelas suas décadas de serviço ao povo norte-americano", disse Blinken sobre Khalilzad, um ex-embaixador dos EUA nas Nações Unidas e no Afeganistão.
Khalilzad havia inicialmente planeado deixar o cargo em maio, após o anúncio de Biden de que a retirada dos EUA seria concluída antes do 20º aniversário dos ataques de 11 de setembro, mas acedeu a um pedido para que ficasse.
Khalilzad serviu como enviado especial para a reconciliação afegã sob os governos Trump e Biden desde setembro de 2018, quando o secretário de Estado Mike Pompeo o recrutou para liderar as negociações com o talibãs e o governo afegão.
Um nativo afegão, Khalilzad não conseguiu forjar um acordo de divisão de poder, mas negociou um acordo entre os EUA e os talibãs em fevereiro de 2020, que abriu caminho ao fim da guerra mais longa da América.
O acordo serviu de modelo para a retirada, executada pelo governo Biden, de todas as forças dos EUA do Afeganistão, durante a qual milhares de cidadãos afegãos que trabalharam para as forças dos EUA nas últimas duas décadas foram deixados para trás, na pressa da partida, assim como centenas de cidadãos americanos e residentes legais, enquanto os talibãs ocupavam todas as províncias do país, até chegar à capital, Cabul.
Khalilzad será substituído pelo seu vice, Thomas West, que liderou a delegação dos EUA à última ronda de negociações em Doha.
No entanto, os EUA não enviarão um representante para uma conferência sobre o Afeganistão marcada para esta semana na Rússia, revelou o Departamento de Estado.
Falando antes do anúncio de Blinken sobre a saída de Khalilzad, o porta-voz do departamento Ned Price citou a "logística" como a razão pela qual os EUA não participariam das negociações de Moscovo.
Leia Também: Nuclear: EUA recusam competição com China que se transforme num conflito