Mpox. RDCongo enfrenta problemas a combater surto pelo avanço de rebeldes

Os hospitais do leste da República Democrática do Congo (RDCongo), outrora na vanguarda da resposta do país ao surto de monkeypox (mpox), estão a enfrentar muitas dificuldades devido ao avanço dos rebeldes apoiados pelo Ruanda, noticia a AP.

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© GLODY MURHABAZI/AFP via Getty Images

Lusa
11/03/2025 16:39 ‧ ontem por Lusa

Mundo

RDCongo

A emergência sanitária do vírus mpox está a agravar-se com a escalada dos combates entre o grupo rebelde M23 e as tropas congolesas no leste da RDCongo, que tem sido o epicentro da crise de saúde.

 

Muitos doentes fugiram e não podem ser encontrados. As vacinas recém-chegadas estão a escassear porque os abastecimentos não conseguem chegar às zonas de combate. E os hospitais têm estado a ser atacados, descreve a Associated Press (AP).

"A situação tem sido muito difícil. A insegurança perturbou tudo", disse Serge Munyahu Cikuru, médico responsável pela zona sanitária de Miti Murhesa, no território de Kabare, na província de Kivu do Sul.

A RDCongo registou um aumento semanal de 31% nos casos de varíola na semana passada, elevando o total para 16.255, de acordo com os Centros Africanos de Controlo e Prevenção de Doenças.

No entanto, este é apenas um lado da história. Isto porque apenas sete das 26 províncias registaram casos na semana passada, disse a Agência de Saúde Pública no seu último briefing, culpando em parte a crise de segurança.

Embora a RDCongo tenha registado um aumento na atual fase de vacinação, em comparação com a anterior, grande parte desse sucesso ocorreu noutras regiões, enquanto a RDCongo Oriental continua isolada.

Mais de 600 doentes com mpox fugiram de diferentes hospitais no leste do Congo à medida que os combates se intensificavam, informou o CDC África.

Muitos dos doentes em fuga encontravam-se na zona sanitária de Miti Murhesa, uma das mais afetadas pelo surto. Pelo menos 4.700 casos foram registados na zona até ao final de 2024, de acordo com o Cikuru.

O médico responsável pela zona sanitária de Miti Murhesa, adiantou, ainda, que apenas dois dos quatro centros de tratamento da zona estão atualmente a funcionar, enquanto outros se encontram entre as numerosas instalações de saúde afetadas pelos combates entre as forças governamentais e o M23.

Quando o M23 se apoderou de Goma e Bukavu, os seus combatentes estavam a expandir a sua presença na região, incluindo noutras partes das províncias do Kivu do Norte e do Kivu do Sul, onde já estavam presentes há anos.

Muitos doentes em Miti Murhe tiveram de "escolher entre ficar debaixo de fogo ou fugir" dos rebeldes, referiu Cikuru.

O rastreio dos doentes para evitar a propagação da varíola tornou-se mais difícil e os profissionais de saúde estão a ficar sem opções sobre como tirar o melhor partido das provisões médicas que restam, disse.

"O nosso receio é um aumento do número de casos devido à situação atual", disse o médico. "O atendimento aos pacientes nos centros de tratamento continua, mas a escassez de medicamentos é uma grande preocupação", alertou.

Leia Também: Ruanda pede à UE que não compare conflito no leste da RDCongo com Ucrânia

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