Putin não vai a Glasgow para a conferência mundial do clima
O presidente russo, Vladimir Putin, não irá a Glasgow para a COP26, a conferência mundial do clima, anunciou hoje o Kremlin, assegurando ainda que a questão climática continua a ser uma "prioridade" para a Rússia.
© Reuters
Mundo Vladimir Putin
"Infelizmente, Putin também não irá a Glasgow", referindo-se à cidade da Escócia onde decorrerá a COP26, de 01 a 12 de novembro, disse o seu porta-voz Dmitry Peskov.
Na terça-feira, o porta-voz já havia anunciado que o líder russo também não compareceria à reunião do G20 em Itália.
"A questão [das alterações climáticas], que está na ordem do dia em Glasgow, é uma das grandes prioridades da nossa política externa", afirmou Peskov, acrescentando que a Rússia estará, de qualquer forma, representada na COP26.
Putin anunciou em meados de outubro que a Rússia, um dos maiores poluidores do mundo, almejava a neutralidade de carbono até 2060.
O diário Kommersant revelou no início de outubro que o Governo russo estava a preparar uma nova estratégia ambiental com medidas mais fortes para reduzir as emissões de gases do efeito estufa.
De acordo com o plano, Moscovo teria como objetivo reduzir as suas emissões em quase 80% até 2050, incluindo a eliminação do carvão como fonte de eletricidade em favor da energia nuclear, entre outras.
As questões ambientais só apareceram no final dos discursos oficiais na Rússia, um dos principais produtores de hidrocarbonetos do mundo.
Putin há muito tempo minimiza o papel humano na mudança climática, mas recentemente mostrou-se mais comprometido com o assunto, em particular devido ao aumento de desastres naturais, como os incêndios recordes, no seu país.
Putin confirmou há uma semana, durante um fórum de energia em Moscovo, que o seu país - o quarto maior emissor do mundo de gases com efeito estufa - pretende atingir a neutralidade climática até 2060.
O Presidente russo explicou que na Rússia a temperatura média anual aumentou 2,5 vezes mais rápido que a global e que, na última década, aumentou 0,5 graus.
"No Ártico, as temperaturas estão a subir ainda mais rápido", disse.
A Rússia, disse Putin, apoiou iniciativas para combater as mudanças climáticas e cumpriu os seus compromissos.
Nas próximas décadas "pretendemos garantir que as nossas emissões sejam menores do que as da União Europeia (UE)", afirmou Putin.
A UE estabeleceu para si própria o objetivo de se tornar neutra para o clima até 2050 e de uma redução líquida das emissões de "pelo menos 55%" até 2030.
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