Numa conferência de imprensa, o vice-presidente do grupo parlamentar do Partido Social Democrata (SPD, na sigla em alemão), Dirk Wiese, defendeu que "já não existe um perigo grave para a saúde pública na Alemanha", condição para determinar uma situação epidémica de alcance nacional.
A situação epidémica de âmbito nacional permite aos governos e aos Estados federais estabelecerem medidas sem a aprovação dos parlamentos.
Wiese reconheceu que os números de contágio e hospitalizações voltaram a crescer, mas destacou que a situação é diferente da de agosto, quando a situação epidémica durou mais três meses, sobretudo graças ao avanço da campanha de vacinação.
Por este motivo, os três partidos, acordaram medidas de transição comuns até 20 de março de 2020 para que os Estados federais possam decretar "medidas eficazes, mas menos invasivas" nos meses de outono e inverno para deixar para trás a pandemia na primavera, indicou Wiese.
De qualquer forma, as três forças políticas alemãs rejeitam na proposta o regresso às restrições, como o encerramento de escolas, recolher obrigatório ou nova paralisação da vida pública, frisou.
A presidente do grupo parlamentar de Os Verdes, Karin Göring-Eckardt, sublinhou que não há justificação para uma nova prorrogação da situação epidémica de âmbito nacional, salientando que, com a proposta, os três partidos garantem aos Estados federais um conjunto de ferramentas para poderem agir de acordo o panorama local.
Goring-Eckardt acrescentou que a proposta apresentada é um "regulamento transitório" que responde à situação pandémica atual, mas não ao que deve ser regulamentado no futuro na lei de proteção contra doenças infecciosas.
Por seu lado, o primeiro secretário-executivo dos liberais, Marco Buschmann, expressou a sua satisfação num contexto que permite abandonar o estado de situação epidémica.
Entretanto, nas últimas 24 horas, as autoridades sanitárias alemãs contabilizaram 23.212 novas infeções de covid-19, bem como 114 mortes, com um total de casos ativos de cerca de 174.000 e uma taxa de incidência acumulada de sete dias em 118 contaminações por cada 100.000 habitantes.
Até terça-feira, 69,2% da população alemã está vacinada com pelo menos uma dose, enquanto 66,4% têm as duas.
Segundo os dados oficiais, a Alemanha acumulou desde o iníquo da pandemia de covid-19 mais de 4,52 milhões de casos de infeção e mais de 95.360 mortes.
A covid-19 provocou pelo menos 4.960.994 mortes em todo o mundo, entre mais de 244,46 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.
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