A cimeira procurará sensibilizar os líderes do G20 para a relevância de limitar o aquecimento global a 1,5 graus celsius e de atingir a neutralidade carbónica até meados deste século, mas a tarefa revela-se difícil, depois de uma reunião de ministros da Energia e do Ambiente dos países membros, em Nápoles, em julho, ter terminado com poucos entendimentos.
A somar a este prenúncio de obstáculos está a ausência na cimeira de alguns dos líderes que podem ter uma palavra decisiva sobre a matéria ambiental, como o Presidente chinês, Xi Jinping, o Presidente russo, Vladimir Putin, o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, e o Presidente mexicano, Andres Manuel Lopez Obrador.
Na reunião de Nápoles, o impasse centrou-se na incapacidade de marcar um calendário para colocar um fim aos subsídios para os combustíveis fósseis e para a diminuição do uso de energia a carvão, matérias que estarão de novo em discussão na cimeira de Roma.
Na questão do combate à pandemia de covid-19, os líderes do G20 devem reiterar a promessa de disseminar vacinas de forma homogénea em todo o globo, apesar de ser cada vez mais ténue a esperança inicialmente declarada de conseguir vacinar 40% da população até final do ano.
Ao nível da recuperação económica, para compensar os danos provocados pela pandemia, o G20 vão discutir a imposição de um imposto mínimo de 15% para as grandes empresas multinacionais.
O primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, que preside à cimeira, já disse que esta reunião "marca o regresso do multilateralismo, depois de anos negros de isolacionismo e de isolamento devido à crise sanitária".
Draghi espera assim que o G20 encontre também soluções para a subida global da inflação de preços, em particular no setor da energia, e para as progressivas lacunas nas cadeias de fornecimento.
O G20 deve ainda analisar o significativo arrefecimento da segunda maior economia mundial, a chinesa, procurando saídas para o seu impacto nas restantes economias.
O G20 -- que representa 60% da população mundial e mais de 80% da riqueza planetária -- reunirá em Roma sob medidas elevadas de segurança, que implicarão o bloqueio do centro de congressos de Nuvola num raio de 10 quilómetros quadrados, que será controlado por mais de 500 soldados.
Os controlos de fronteira em Itália também foram reforçados, nos próximos dias, incluindo a suspensão pontual de regras do espaço Schengen, e as autoridades impuseram uma zona de proibição de voo sobre Roma, no fim de semana.
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